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Distinguido com o Prêmio Innovare 2013 e  tido pelo Conselho Nacional de Justiça como referência na reinserção social de detentos no País, o projeto Conquistando a Liberdade está implantado em 17 municípios do Pará e é uma iniciativa muito bacana. Funciona assim: a mão de obra carcerária é usada em trabalhos para beneficiar a sociedade e os presos colaboram também com a prevenção ao crime, através do Papo di Rocha, uma conversa franca em que eles repassam aos estudantes de escolas públicas suas experiências de vida e os horrores vividos por quem envereda pelo mundo do crime, num trabalho pedagógico com exemplos reais, que tem dado excelentes resultados. 

Na sexta-feira passada, 15 jovens detentos contaram suas histórias de vida para mais de 100 alunos, de 11 a 20 anos, da Escola Irmã Stella Maria, de Abaetetuba.  Eles também pintaram as paredes e fizeram consertos no prédio da escola.  

O efeito nos alunos é muito positivo. Eis a declaração de Luana Vitória, 13: “É preciso manter os adolescentes na escola e evitar que eles sejam atraídos para o crime, especialmente em momentos de crise, quando algumas famílias não têm condições financeiras, por morarem na zona rural da cidade”. 

O depoimento do aluno Vítor Santos, 15, cala fundo. “Perdi meu irmão para o tráfico. A gente sente até hoje. A minha mãe não superou a morte dele, mas me incentiva a continuar os estudos para que eu não seja outra vítima. Eu também quero uma vida digna. Sempre digo aos meus amigos que estudar é o melhor caminho para termos uma profissão e ganharmos um salário para o nosso próprio sustento.

No ano passado, em Abaetetuba – município tradicionalmente problemático com tráfico de drogas e contrabando -,  foram realizadas dez ações do projeto Conquistando a Liberdade, com mais de 150 presos. Este ano, a meta é estender para mais dez edições. A ideia é reduzir os níveis de reincidência, ajudando na consequente recuperação,  resgatando a cidadania do detento, e ao mesmo tempo chamar a atenção dos adolescentes para os perigos da criminalidade.

A iniciativa é uma feliz parceria do Governo do Estado com o TJE-PA.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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