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Vejam como a audácia dos criminosos não tem limites: o procurador de Justiça Nelson Pereira Medrado, famoso por sua atuação moralizadora, estava na sua sala, em pleno Núcleo de Combate à Improbidade e à Corrupção do Ministério Público do Estado, quando Lúcio de Assunção Oliveira, acusado de extorquir pessoas utilizando o nome do próprio Medrado e do promotor de Justiça Hélio Rubens Pinho Pereira, apareceu por lá – vejam só – para cumprimentar o procurador pelo seu excelente trabalho. Ele se dizia amigo dos membros do MP e prometia facilidades aos investigados na Operação Filisteu e já tinha sido expedido mandado de prisão preventiva pela Vara Criminal de Parauapebas. Não deu outra. Medrado deu voz de prisão ao descarado na hora!


O Lúcio Oliveira já vinha sendo investigado pelo NCIC e pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Para minha surpresa apareceu aqui hoje dizendo ser assessor do vice-governador e do deputado José Megale e que veio me parabenizar pelo trabalho que tenho realizado à frente do Ministério Público e da Operação Filisteu. Eu o reconheci da foto que consta do mandado de prisão. Com ele foram encontrados R$30 mil em espécie, provavelmente provenientes de alguma extorsão ou outro negócio ilegal”, relatou Medrado, espantado com tanta desfaçatez. 

Durante a Operação Filisteu o empresário Edmar Cavalcante, operador do esquema de corrupção, foi preso. Depois da prisão dele o Lúcio Oliveira, juntamente com outros dois comparsas, começou a cobrar dinheiro da família dele em nome do Medrado e em meu nome. Conseguimos identificar os outros dois e eles foram presos, ainda por ocasião da Operação Filisteu. Só faltava prender o Lúcio e, por incrível que pareça, veio até o Núcleo de Improbidade parabenizar o Medrado pelo trabalho que vem desenvolvendo”, contou o promotor Hélio Rubens

Ao examinarem o celular que Lúcio Oliveira portava os representantes do Parquet encontraram várias conversas nas quais ele simula ser uma série de outras autoridades. Em uma delas ele aparece extorquindo o prefeito de Muaná. E o prefeito de Mocajuba já havia denunciado ao MPE tentativa de extorsão. O atrevido, depois de ser ouvido em depoimento, será encaminhado à Susipe para uma temporada no xadrez. 

A maior coincidência foi que hoje mesmo o promotor de justiça Mílton Menezes, que é coordenador do Gaeco, fez uma série de diligências e iria prender o impostor amanhã. 

Como vocês sabem, a operação Filisteu desmontou esquema de fraudes em processos licitatórios e superfaturamento de terrenos desapropriados pela prefeitura de Parauapebas; emissão de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos entre membros da Câmara Municipal e o comércio na região.
Foram presos o vereador Odilon Rocha de Sansão e o empresário Edmar Cavalcante, conhecido como “Boi de Ouro”, acusado de emitir e vender notas fiscais frias. 

As fotos são do jornalista Edyr Falcão, assessor de imprensa do MPE-PA.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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