Publicado em: 30 de julho de 2025
Entre os dias 1º e 3 de agosto, acontecerá em Belém o 5º Workshop de Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte, que reunirá casais de várias agremiações carnavalescas do Pará, além de convidados especiais do Rio de Janeiro, como o primeiro casal da Estação Primeira de Mangueira, Cintya Santos e Matheus Olivério. O evento é promovido pela escola de samba Império de Samba Quem São Eles, atual campeã do carnaval de Belém.
Com uma programação intensa, o encontro acontecerá na Aldeia Cabana e no Sindicato dos Bancários, com atividades gratuitas e abertas ao público, à exceção da Apoteose dos Casais, que encerra o evento no dia 3, com ingressos a R$ 5,00. O objetivo do workshop é fortalecer a tradição e a técnica da dança dos casais, oferecendo aulas práticas, rodas de conversa e vivências com grandes nomes do samba.
O evento será aberto no dia 1º de agosto, às 19h30, na Aldeia Cabana, com uma roda de conversa sobre técnica, tradição e inovação na dança dos casais no século XXI. A mesa contará com a pesquisadora Dra. Arianne Pimentel, o coreógrafo Bruno Veloso, além de Cintya Santos e Matheus Olivério. Também participarão nomes consagrados do samba paraense, como Dr. Luís Guilherme, Margarida Malar e Fernandinho.
No dia 2 de agosto, os 12 primeiros casais e seis porta-estandartes inscritos terão aulas práticas pela manhã e à tarde com o casal da Mangueira. À noite, o Sindicato dos Bancários receberá um aulão aberto ao público, conduzido pelos convidados do Rio.
O encerramento ocorrerá no dia 3 de agosto, com a Apoteose dos Casais, a partir das 19h. O espetáculo reunirá mestres-salas, porta-bandeiras e porta-estandartes em uma grande celebração de elegância, emoção e simbologia.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira é um dos símbolos centrais do desfile das escolas de samba, sendo responsável por apresentar e conduzir o pavilhão da agremiação com respeito, leveza e desenvoltura. A tradição remonta ao início do século XX, inspirada nos ranchos carnavalescos do Rio de Janeiro, que foram os precursores das atuais escolas de samba.
São muitas as teorias de sua origem. Uma dela diz que o escravizado observava, por uma fresta, a casa-grande e via seu senhor dançando músicas clássicas europeias e, em tom de deboche, reproduzia os movimentos. Uma outra hipótese defende que a dança teria sido inspirada na capoeira, na qual o capoeirista tinha a incumbência de proteger e defender a Porta-Bandeira.
Historicamente, o mestre-sala tinha a função de proteger a porta-estandarte, uma missão que exigia agilidade e destreza, já que era comum tentativas de furto ou rasgo da bandeira por grupos rivais. Ao longo das décadas, essa função ganhou contornos artísticos, mesclando movimentos de reverência, coreografias marcadas e elegância, sempre em sintonia com o enredo e a fantasia do desfile. Desde 1938, o desempenho do casal é avaliado nos quesitos dança e indumentáriadurante os concursos oficiais.
Movimentos como meias-voltas, giros completos, torneados e mensuras são exigidos e compõem a linguagem própria dessa dança, que se tornou uma das marcas mais sofisticadas do carnaval brasileiro.
Foto: Divulgação / Mangueira
Comentários