Publicado em: 9 de julho de 2025
Um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology e apresentado no congresso anual da American Society of Clinical Oncology revela que um vírus do herpes geneticamente modificado pode representar uma nova alternativa terapêutica para pacientes com melanoma avançado. A pesquisa foi conduzida pela Keck Medicine da University of Southern California e envolveu 140 pacientes com melanoma metastático que não respondiam mais à imunoterapia convencional.
O tratamento utilizou uma combinação do imunoterápico nivolumabe com o RP1, um vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1) modificado para atuar como agente oncolítico. Injetado diretamente nos tumores, o RP1 replica-se nas células cancerígenas, destruindo-as, enquanto preserva as células saudáveis. O vírus também estimula o sistema imunológico a atacar células tumorais em outras regiões do corpo.
Os resultados indicam que um terço dos participantes teve redução de pelo menos 30% no tamanho dos tumores, e cerca de um em cada seis apresentou desaparecimento completo das lesões. Tumores não injetados também regrediram, indicando ação sistêmica da terapia. O tratamento foi bem tolerado pelos pacientes e não provocou quadros de herpes labial.
Segundo o oncologista Gino Kim, que coordenou o estudo na Keck Medicine, os dados são promissores, já que metade dos casos de melanoma avançado não responde às terapias atuais. Essa abordagem, portanto, representa uma nova possibilidade para esses pacientes. O melanoma é o quinto tipo de câncer mais comum entre adultos e, nos estágios avançados, a sobrevida costuma ser limitada.
Com base nesses resultados, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, concedeu revisão prioritária ao RP1. Uma nova fase de testes, o ensaio clínico IGNYTE-3, está em andamento e prevê a participação de mais de 400 pacientes em centros de pesquisa ao redor do mundo, para confirmar a eficácia e segurança da terapia. O estudo é patrocinado pela empresa Replimune, fabricante do RP1.
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