Publicado em: 12 de dezembro de 2016
A violência em Belém do Pará está totalmente fora de controle. É preciso que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social aja com firmeza e de fato proteja as famílias, que estão sendo vítimas de atos de selvageria não só nas ruas e estabelecimentos comerciais como também em suas próprias casas. Já não há lugar seguro. O medo impede o ato mais emblemático de cidadania e liberdade – direitos, princípios, cláusulas pétreas insculpidas na Constituição Federal -, que é caminhar nas calçadas. Primeiro, as calçadas estão sempre bloqueadas por lixo, mato e buracos ou mesas, cadeiras, placas, barracas, todo tipo de tranqueira. Segundo, as ruas viraram palco de atrocidades. Gente morrendo por não entregar a bolsa ou o celular. Não podemos continuar a viver assim.
Hoje, por volta das 7:30h, uma senhora moradora da rua Aristides Lobo, ao lado do estacionamento que fica na esquina com a Rui Barbosa, abriu a porta para sair com seu cachorro quando foi atacada e teve sua residência invadida por vários homens. Assustada, ao primeiro gesto ela foi esfaqueada na face e deceparam-lhe dois dedos, com requintes de perversidade. O filho não podia ver a mãe ser torturada e tentou defendê-la, então foi baleado na perna. Uma veia importante foi atingida pelo tiro e o jovem esportista está em estado gravíssimo na UTI hospitalar, entubado. Se sobreviver, poderá ter a perna amputada. Quem ajudou o rapaz, conhecido como Toninho, e sua mãe, foi o dono da panificadora localizada na esquina.
Ledo engano de quem pensa que o pior acontece só na periferia da cidade, onde a população de baixa renda é aterrorizada com execuções diárias e arrastões nos pontos de ônibus, de dia e à noite. Nos bairros do Reduto e Umarizal os assaltos à mão armada e com violência física também são diários. Muitos sequer são registrados, porque as vítimas não acreditam em providências ou porque não querem espantar ainda mais os clientes de seus estabelecimentos. Além do terror da violência, o fantasma da falência e do desemprego assombra a todos.
Urge que o policiamento ostensivo seja reforçado, que o sistema de segurança reúna e oriente os moradores dos bairros, forneça contatos para serem avisados quando houver movimentação suspeita, implante de fato a filosofia de polícia comunitária, com o que seriam multiplicados os agentes e o perigo tratado também de forma preventiva. E nos bairros históricos como Reduto e Cidade Velha não adianta ter viaturas, é melhor motos, para permitir o deslocamento rápido nas vias estreitas e normalmente engarrafadas.
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