A Igreja Matriz Madre de Deus, de Vigia de Nazaré (PA), está linda novamente. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1954, nos últimos anos sofreu sérios danos estruturais e estava cheia de infiltrações e em risco de desabamento do forro. O restauro, parceria entre o governo do Pará e a Diocese de Castanhal, incluiu instalação de subteto de alumínio, substituição completa da rede elétrica, reforços para prevenção de infiltrações, restauração do piso hidráulico da nave central, conserto da engrenagem do sino frontal, substituição do piso cerâmico por ladrilhos de cerâmica importados da Itália, entre outras importantes reestruturações, como a instalação de rampas e banheiros adaptados para pessoas com deficiências.
Construída pelos jesuítas nos primeiros anos do século XVIII, as obras da igreja começaram em 1734 e se tornou a igreja matriz do município mediante a criação da Paróquia Secular, por carta régia de 11 de junho de 1761. É tida como caso único no Brasil, sobretudo pelas suas imponentes varandas laterais superiores, ornadas por doze grossas colunas toscanas, que sustentam a cobertura em madeira do templo. Tem dois corredores externos, em cujo piso superior se encontram as varandas. O frontispício é formado por um corpo central ladeado por duas torres com campanários. A nave tem três portas encimadas por janelas de sacada. Uma cornija separa o frontão, composto por volutas simétricas que remetem para o da Igreja de Santo Alexandre em Belém. Na sacristia existem mobiliário e pinturas do século XVIII. De lá saiu o Círio mais antigo de Nossa Senhora de Nazaré.
O investimento de mais de R$5 milhões empregou operários, historiadores, restauradores e arquitetos. Dom Carlos Verzeletti, bispo da Diocese de Castanhal, e o governador Helder Barbalho entregaram a joia da arquitetura barroca à população vigiense.
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