0

É sempre difícil ver o peso dos maus-tratos contra os animais. Confesso que não abro vídeos que me enviam, nem fotos. Me dói, causa um grande mal-estar. Leio os relatos textuais e as vezes olho de relance alguma coisa se for prova de crime. Realmente não me faz bem a violência gráfica.

Quando estou a passear pela queridíssima feira do ver-o-peso, entre os sucos de fruta e os cachos de pupunha é inevitável depara-se com aquele setor medievo. Jaulas amontoadas, chão sujo de excrementos, animais empilhados, todos de procedência extremamente duvidosa.

Disfarçando para não acabar sendo agredido pude visualizar animais às dezenas em um único metro quadrado, animais aparentemente mortos dentro das gaiolas, os pavões não ficam muito expostos, chamariam atenção demais, e o bode então? Sempre tem um bem escondidinho. Alguém sugere a razão?

Fotografei tudo.

Nosso cartão postal, uma tristeza sem fim.

A Prefeitura de Belém não gosta de ser cobrada, diz que está tudo certo, certíssimo, quem afinal gosta de ser cobrado, não é mesmo?

Mas a Lei é impositiva, a maldade não pode ser varrida para baixo do tapete e quem está ali está, está autorizado por quem tem a obrigação de proteger os animais. A conta não fecha.

Estamos em 2024, a COP vem aí, mas poderíamos estar mil anos no passado, o cenário é apropriado, porém não para a localização geográfica da nossa cidade, coração da Amazônia. Certamente por aqui os povos originários tratavam muito melhor os animais.

Providências serão tomadas, pra já, não para 3024.

Albeniz Neto
  • Albeniz Neto é advogado, pós graduado em direito civil e atua na advocacia animalista desde 2017. Aualmente preside a Comissão de Defesa dos Direitos dos animais da OAB PA e é membro efetivo da Comissão Especial de Proteção e Defesa dos Animais na OAB Federal.

    Pérolas Musicais no Teatro do Sesi

    Anterior

    Guia para a Candidatura das Mulheres.

    Próximo

    Você pode gostar

    Mais de Albeniz Neto

    Comentários