Publicado em: 12 de setembro de 2025
O Governo do Brasil anunciou a prorrogação, até dezembro de 2025, da campanha de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) voltada a adolescentes e jovens de 15 a 19 anos. Pela primeira vez, essa faixa etária passou a receber a dose única do imunizante gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em busca de alcançar cerca de 7 milhões de jovens que não receberam a vacina na idade recomendada, entre 9 e 14 anos.
A ampliação tem caráter estratégico e integra as metas nacionais de saúde pública de combate ao câncer de colo do útero, doença que o Brasil se comprometeu a eliminar até 2030, em consonância com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o Ministério da Saúde, a inclusão dos adolescentes mais velhos é fundamental para garantir a proteção coletiva e reduzir a circulação do vírus, prevenindo futuros casos de tumores malignos associados à infecção.
Para assegurar que a imunização chegue ao maior número possível de jovens, a campanha disponibiliza a vacina em diversos pontos de acesso: Unidades Básicas de Saúde (UBS), escolas, universidades, ginásios esportivos e até shoppings. A iniciativa conta com a cooperação de estados e municípios, que vêm organizando ações itinerantes e mutirões de vacinação. A meta é transformar a campanha em uma grande mobilização nacional em defesa da saúde das próximas gerações.
Até o início de setembro, mais de 115 mil adolescentes de 15 a 19 anos já haviam sido vacinados nessa nova fase da estratégia. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram os maiores números absolutos de imunizados.
O papilomavírus humano (HPV) é considerado a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo, capaz de atingir homens e mulheres. Existem mais de 200 tipos do vírus, alguns responsáveis por verrugas genitais e outros associados a tumores malignos, como o câncer do colo do útero, ânus, pênis, boca e garganta.
A transmissão ocorre principalmente pelo contato sexual, mas também pode acontecer por meio do contato direto com pele ou mucosas infectadas. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção, podendo ser associada ao uso de preservativos, que reduzem, mas não eliminam totalmente o risco de contágio.
O Brasil tem registrado resultados expressivos nas faixas etárias prioritárias. Em 2024, a cobertura entre meninas de 9 a 14 anos atingiu 82%, bem acima da média global, estimada em 37% pela OMS. Entre os meninos da mesma faixa etária, a cobertura chegou a 67%. Apesar dos avanços, milhões de adolescentes ainda não receberam a vacina.
Desde 2024, o Brasil adota a dose única da vacina contra o HPV para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, substituindo o modelo anterior de duas aplicações. A mudança segue orientações internacionais que comprovam a eficácia da dose única e visa facilitar o acesso à imunização, reduzindo o risco de abandono do esquema.
Para pessoas imunocomprometidas, como pacientes com HIV/Aids, em tratamento contra o câncer, transplantados ou usuários de profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP), entre 15 e 45 anos, o esquema vacinal continua sendo de três doses. A mesma regra vale para vítimas de violência sexual a partir dos 15 anos.
Foto em destaque: Paulo Pinto/Agência Brasil
Comentários