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Com um chamado à ação concreta diante da crise climática, teve início a I Semana do Clima da Amazônia na segunda-feira, 14 de julho, na capital parauara. Lideranças comunitárias, especialistas, representantes de empresas, organizações da sociedade civil e movimentos sociais estão reunidos em busca de fomentar o diálogo sobre as transformações necessárias para uma transição sustentável na região e colaborar na construção de propostas que serão levadas à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

O primeiro dia do evento foi marcado por painéis temáticos com foco em justiça climática e modelos de desenvolvimento adaptados à realidade amazônica, reforçando a centralidade da floresta, dos povos que nela vivem e da produção que nela se desenvolve de forma tradicional e sustentável.

No painel “Transição Sustentável para Amazônia: Diferentes Perspectivas”, representantes de diferentes setores apresentaram suas contribuições para o debate sobre como avançar em uma transição justa, que concilie desenvolvimento econômico, preservação ambiental e inclusão social. A mediação ficou a cargo de Lívia Pagotto, da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia.

Participaram da mesa Laura Lamonica, da Conservação Internacional Brasil; Carolina Domenico, da Natura; Karla Braga, da Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (COJOVEM); Sarita Severien, da Suzano; e Fernando Sampaio, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). As falas destacaram a importância de integrar os saberes tradicionais aos processos decisórios, de garantir transparência na transição energética e de fortalecer mecanismos de justiça socioambiental como eixo estruturante das políticas climáticas na Amazônia.

Um momento a ser destacado foi o painel “Exploração da Margem Equatorial: Impactos e Oportunidades” abordou os riscos socioambientais e os possíveis desdobramentos econômicos da exploração de petróleo em áreas sensíveis da costa amazônica. A discussão, mediada por André Guimarães, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), contou com a participação de Daniele Lomba, da Petrobras; Roberto Kishinami, do Instituto Clima e Sociedade; Alex Carvalho, da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA); e Sandra Regina, da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (CONFREM).

Em seu depoimento, Sandra Regina trouxe o ponto de vista das comunidades costeiras e extrativistas sobre a necessidade de transparência e participação social nos processos de tomada de decisão sobre grandes empreendimentos.

“Sabemos que isso não é para amanhã, ou depois de amanhã, mas nós queremos ser ouvidos e incluídos neste processo. Precisamos de pessoas que prestem esclarecimentos para as comunidades, que falem para pescadores, por exemplo. É necessário que nossas comunidades possam entender, de fato, essa questão do petróleo e da extração de combustíveis”, alertou.

Sua fala ratifica a demanda por responsabilidade compartilhada entre Estado e empresas, diante dos possíveis impactos irreversíveis sobre ecossistemas marinhos e comunidades ribeirinhas.

A abertura oficial da I Semana do Clima da Amazônia foi realizada na Estação das Docas e contou com um show do cantor e compositor Nilson Chaves.

“Estou muito feliz e honrado pelo convite de participar da Semana do Clima da Amazônia. O público pode esperar um show especial com grandes clássicos e canções que falam dessa representatividade da nossa região. Esse evento reforça o protagonismo da Amazônia na discussão global”, declarou o artista.

A I Semana do Clima da Amazônia segue até sexta-feira, dia 18 de julho, com uma programação extensa de debates, oficinas, exposições e encontros que visam acimentar propostas para a COP30. A expectativa é que os diálogos estabelecidos ao longo da semana contribuam para a formulação de políticas climáticas que reconheçam os povos da floresta como protagonistas e a Amazônia como centro das soluções para a crise ambiental planetária.

Foto: Tereza Maciel

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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