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Um dos temas que deve merecer reflexão e muito trabalho em 2016: só no período de janeiro a 17 de dezembro de 2015 foram resgatadas 936 pessoas em condições análogas à escravidão, pelos fiscais do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, em 125 operações, que alcançaram 229 estabelecimentos das áreas rural e urbana, envolvendo 6.826 trabalhadores. Lado positivo da ação: formalização de 748 contratos de trabalho, com pagamento de R$ 2,624 milhões em indenização para os trabalhadores. 

Análise do perfil das vítimas, feita pelo MTPS, mostra que 74% não vivem no município em que nasceram e 40% trabalham fora do estado de origem. A maioria é da Bahia, com 140 resgates, o que corresponde a 20,41% do total resgatado. Do Maranhão, foram localizadas 131 vítimas, ou 19,10%, e de Minas Gerais, 77, respondendo por 11,22% do total.
Entre os trabalhadores resgatados que estão recebendo Seguro Desemprego, 621 são homens e a maioria tem entre 15 e 39 anos (489 vítimas). A maior parte é constituída por analfabetos ou no máximo com o 5º ano do ensino fundamental. 

Detalhe: doze resgatados tinham idade inferior a 16 anos, enquanto 24 eram da faixa entre 16 e 18 anos. Outro dado que chama atenção é que, nas cinco ações que encontraram a maior quantidade de trabalhadores em condições análogas às de escravo, três foram de caráter urbano.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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