Uma das principais testemunhas de acusação contra o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, acusado de mandante do assassinato da irmã Dorothy Stang, sofreu atentado a tiros na quinta, 26, por volta de 21:00h, no município de Anapu, duas horas depois de ter sido intimado pela Justiça como testemunha de acusação a respeito de fraudes, uso de laranjas e falsificação de documentos para ocultar a grilagem do lote 55 – palco de sangrentos conflitos agrários e onde Dorothy foi assassinada. Mesmo baleado nas pernas, na cabeça e na boca, Roniery Bezerra Lopes não morreu, e está em estado grave, internado em um hospital não informado, por medida de segurança.
Na época de seu julgamento, Taradão alegou que não tinha vínculo com o lote 55. Mas em 2008 passou a dizer que era dono do lote e, de lá para cá, foram muitas as suas versões sobre a aquisição da terra, o que levou a novo inquérito da Polícia Federal, em que ficou comprovada a falsificação dos documentos. Roniery, como empregado de Taradão, participava das negociações envolvendo a área.
A Irmã Jane Dwyer, missionária norte-americana da mesma congregação da irmã Dorothy, contou que “foram muitos disparos, afetando inclusive a espinha. Quanto ao tiro na boca, é uma prática comum daqui para passar uma mensagem clara a quem faz denúncias”. Roniery estava acompanhado da mulher – que foi baleada mas escapou com vida -, e filho – a criança correu para o mato e conseguiu fugir -.
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