Publicado em: 4 de agosto de 2025
Nos dias 9 e 10 de agosto, com sessões marcadas para sexta-feira, às 15h e 20h, e sábado, às 17h, o público de Belém terá a oportunidade de assistir no Theatro da Paz uma programação que une o ballet clássico e contemporâneo, interpretados pela São Paulo Companhia de Dança (SPCD) e pela Companhia de Dança Ana Unger.
A SPDC, que é um corpo artístico da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, sob gestão da Associação Pró-Dança, retorna a Belém pela terceira vez. Desta vez, traz em seu repertório uma combinação que contempla desde a sofisticação do balé clássico até criações autorais premiadas da dança contemporânea brasileira.
A abertura das apresentações fica a cargo da Companhia de Dança Ana Unger, com a obra Uma Dança Antropofágica, de Ivan Franco e Christine Ceconello. Os ingressos estão disponíveis a partir de R$ 17,50 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou online pela plataforma Ticket Fácil.
“É uma alegria imensa voltarmos a Belém e poder compartilhar com o público essa programação tão plural, ao lado da Companhia de Dança Ana Unger. É uma oportunidade de encontro com a plateia por meio de obras que atravessam diferentes tempos, estilos e formas de expressão”, afirma Inês Bogéa, diretora artística da SPCD.
Abrindo a noite, Uma Dança Antropofágica propõe uma reflexão cênica sobre o Manifesto Antropofágico, de Oswald de Andrade. A coreografia se inspira na metáfora da antropofagia cultural para transformar o corpo em território de assimilação, ressignificação e criação. A montagem combina dança contemporânea, música indígena, hip-hop, breaking e referências históricas das artes no Brasil.
Dividida em sete cenas, a obra presta homenagem a ícones como Eneida de Moraes e ao legado do Ballet Stagium, além de dialogar com composições de Waldemar Henrique e Heitor Villa-Lobos. O resultado é uma celebração da diversidade estética brasileira, onde a dança se torna instrumento de resistência, afirmação identitária e reflexão política.
Na sequência, a São Paulo Companhia de Dança apresenta o II Ato de O Lago dos Cisnes, sob direção coreográfica de Mario Galizzi. Esta parte do balé, considerado o mais emblemático do repertório clássico, concentra-se no encontro entre a princesa Odette, enfeitiçada pelo bruxo Rothbart, e o príncipe Siegfried. A maldição que transforma Odette em cisne durante o dia e a libera à noite só poderá ser quebrada por um juramento de amor eterno.
Com música de Piotr Ilitch Tchaikovsky, o segundo ato é celebrado pela delicadeza, lirismo e forte carga dramática que exige dos bailarinos apuro técnico e interpretação refinada. É nesse momento que a narrativa atinge sua tensão poética máxima, entrelaçando dança e música de maneira sublime.
Encerrando a noite, a obra contemporânea Agora, da coreógrafa Cassi Abranches, mergulha no conceito de tempo como ritmo, duração e sensação. Criada a partir da escuta do corpo em diálogo com a trilha sonora de Sebastian Piracés, a coreografia explora movimentos orgânicos, intensos e multifacetados, que surgem de dentro para fora, moldados pela fisicalidade única de cada bailarino.
Misturando percussões afro-brasileiras, bateria, rock e canto, a trilha serve como combustível para a energia cênica pulsante que define a obra. Premiada com o Prêmio APCA de Melhor Coreografia em 2019, Agora propõe um olhar para o presente como potência criativa, um tempo que se move, se transforma e se dança.
Foto em destaque: Uma Dança Antropofágica (Valério Silveira)
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