Comprei o livro pelo título, maravilhoso. E maravilhoso é o livro, com “orelha” de Mario Bortolotto. Aramyz escreve com sangue nos olhos. Paga geral. Não sobra ninguém. Policiais corruptos, menores de rua, mulheres abandonadas, espancadas, estupradas. Maridos ciumentos, abandonados. Idosos que não têm mais lugar no mundo, mães solteiras, mães que passam os dias batendo em crianças danadas, escolha algum desvalido e Aramyz o obsequiará com pequenos contos. Ele não usa maiúsculas para começar as frases, homenagem a esse grupo de pessoas “menores”, digamos, na visão da sociedade bem estabelecida. O ritmo é ensandecido, a linguagem é a das ruas e tão bem escrito que mergulhamos com ele no sofrimento que é viver para alguns. É um desabafo geral, um vômito no ventilador. Uma leitura sôfrega, veloz, com ritmo e desafiadora. Como quem nos dá um empurrão e pergunta “o que você vai querer? Olhos revoltados pela imensa dívida social. Recomendo.
- resenha de “Só as hienas matam sorrindo”, de Aramiz – Editora Hecatombe .
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