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Alguém precisa levar realmente a sério a superpopulação carcerária no Brasil. Há meio milhão de presos, somando os condenados dos regimes fechado, semi-aberto e parte do aberto, além dos presos provisórios. 
Do total oficial de 498.487 (já defasado), 277.601 são presos condenados e 220.886 provisórios, o que equivale a uma taxa de encarceramento de 260 para cada grupo de 100 mil habitantes.
O déficit é de 197.872 vagas, o que remete à necessidade de 396 estabelecimentos penais com capacidade para 500 presos, cada um, para acomodar todos os presos do Sistema. A população carcerária no Brasil cresceu espantosos 41,05% no período de 2005  a  2010. Os dados estão em relatório do Conselho Nacional de Justiça.
A continuar nesse ritmo, daqui a mais uma década a maioria absoluta dos brasileiros estará presa. Como é fácil perceber, não adianta construir mais presídios, isso só alimenta um sistema corrupto e ineficiente.
Algo está errado – e muito – quando um preso custa, em média, R$ 2 mil mensais, gastos com manutenção do presídio, como água, luz, telefone, salário dos agentes penitenciários, escolta, psicólogos, administrativos, mais alimentação e roupas dos detentos.

Isto sem adicionar as despesas com o poder Judiciário, que elevaria o custo do réu preso para mais de R$ 5 mil mensais. É um valor altíssimo considerando que a maioria fica dia e noite sem trabalhar e volta – e até se aperfeiçoa – para o crime.
O sistema prisional brasileiro está irremediavelmente falido. Além de não trazer retorno à sociedade, não impede que quem está preso coordene crimes aqui fora.
Enquanto isso, o custo anual por aluno na Educação Básica  é de R$ 2.632. Uma vergonha.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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