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Ariete Moraes Rocha Ribeiro, da Escola Indígena Estadual de Ensino Infantil, Fundamental e Médio Jathiati Parkatêjê, em Bom Jesus do Tocantins (PA), preserva a língua Jê do Povo Gavião do Pará e forma docentes indígenas em 23 escolas da região. A professora faz da educação uma ponte entre o ancestral e o digital.
 
Seu trabalho integra robótica educacional e cultura indígena para revitalizar a língua Jê (Parkatêjê), uma das mais ameaçadas do Brasil, e foi reconhecido com Menção Honrosa na 4ª edição do Prêmio Toda Matéria Professor do Ano 2025, promovido pela plataforma Toda Matéria, com apoio do Santander, Ciranda Cultural e Estante Virtual.
 
O projeto “Robótica Educacional” proporciona que estudantes programem jogos, animações e aplicativos que ensinam expressões, vocabulário e histórias da língua indígena. “A robótica, aqui, não é apenas sobre tecnologia, mas sobre pertencimento. Ela ajuda os alunos a compreenderem que preservar a língua e a cultura é também projetá-las para o futuro”, explica a professora.
 
A iniciativa ultrapassou os muros da escola e hoje inspira uma rede de formação docente que alcança 23 escolas e cerca de 40 aldeias, envolvendo professores indígenas e não indígenas. Além de promover o aprendizado técnico, o projeto valoriza o conhecimento tradicional, reconhece saberes locais e fortalece a autonomia pedagógica das comunidades.
 
Com formação em Português, Matemática, História, Ciências, Geografia e Informática, Ariete vê a educação como um espaço de resistência e transformação. “Meu papel é ajudar os estudantes a perceberem que tradição e inovação não são opostas, elas se completam. A tecnologia pode ser uma aliada da ancestralidade”, afirma.
 
A docente integra um grupo de educadores homenageados na premiação que reforça o poder transformador da educação brasileira. O grande vencedor da edição, o capixaba Rodrigo da Vitória Gomes, foi reconhecido pelo projeto que criou uma das únicas Feiras de Ciências em presídios de regime fechado do mundo, no Espírito Santo.
 
Outras quatro professoras receberam Menções Honrosas por projetos inovadores em diferentes regiões do país:

  • Adrieli Silva dos Reis Andreatta (PR) – Projeto de coleta de resíduos eletrônicos que mobiliza escolas e poder público em Campina Grande do Sul.
 
  • Angrenni Simone da Silveira Assunção Orth (PR) – Projeto Raízes e Horizontes, que valoriza a cultura e os saberes do campo.

  • Luciene Moreira da Silva (RR) – Projeto Roraima Sensorial, que promove educação inclusiva e ambiental com materiais táteis e acessíveis.

  • Claudinéia Pereira de Carvalho (TO) – Projeto Seu corpo é um tesourinho, voltado à prevenção do abuso sexual infantil em escolas públicas.

Histórias como a de Ariete, Rodrigo e os demais professores homenageados reafirmam que a educação é o caminho mais potente para reconstruir realidades e fortalecer identidades, fazendo da escola um espaço de inovação, dignidade e transformação social.

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