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Minha filha está muito abalada com as ameaças de morte que venho recebendo. Ela me disse que entende e admira minha postura jornalística e de cidadã, mas ponderou que todo mundo tem medo de assumir esse papel por um motivo muito grande: o amor à vida. Lembrou que não temos carros blindados, seguranças para a família toda 24h/dia, e que qualquer um contrata um pistoleiro por R$500. E me perguntou se, no final das contas, o risco que a gente corre de viver (ou morrer) uma tragédia compensa isso tudo, frisando que sabe que penso que se me calar será como uma vitória para um monte de indivíduos da pior espécie, mas que já escutou mil vezes da minha própria boca que ser herói morto não compensa.

Partilho isto com vocês com o coração dilacerado.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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