Os oito policiais militares envolvidos no espancamento do delegado Dilermano Tavares, esposa e filha, bem como do investigador Agnaldo Aquino e seu filho e sobrinho, já foram afastados de suas funções pela promotoria de justiça de Cametá (PA). Eles integravam uma guarnição da Polícia Militar deslocada para reforçar o patrulhamento preventivo no carnaval da cidade, uma das mais antigas do Pará. Uma delegada que estava com a família e acompanhou as vítimas até a delegacia testemunhou a agressão, perpetrada na noite da segunda-feira de Carnaval, dia 20, às 22h40. Em entrevista exclusiva ao Portal Uruá-Tapera, o promotor de justiça militar Armando Brasil informou que também requereu à Corregedoria da PMPA o afastamento dos militares de suas funções e a imediata instauração de IPM – Inquérito Policial Militar, destinado à apuração das responsabilidades. O PJ Armando Brasil reputa gravíssimos os fatos e também vai abrir um PIC (Procedimento de Investigação Criminal). Na próxima quarta-feira todas as vítimas serão ouvidas na Promotoria Militar.
O delegado Dilermano Tavares, 59 anos, é ex-Delegado-Geral Adjunto da Polícia Civil do Pará e foi candidato a deputado federal no ano passado. Tido como pacífico por seus pares, não costuma andar armado a não ser em serviço e Cametá é sua terra natal, tendo levado a família para aproveitar a programação tradicional na Praça da Justiça, no centro da cidade, quando foram vítimas da violência da guarnição da PM. Ele sofreu lesões corporais na cabeça e nos braços. Sua esposa foi atingida na boca por uma cotovelada.
Imediatamente a equipe da Polícia Civil na Unidade Móvel do CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) diligenciou no sentido de identificar os autores da violência. As vítimas foram encaminhadas para exame de corpo de delito e imagens de câmeras, depoimentos de testemunhas e outras provas já estão coletadas para subsidiar o processo criminal.
A Assindelp Entidades Integradas (Associação e Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Pará) divulgou nota oficial de repúdio, observando que “certamente a nossa secular Polícia Militar não compactua com ações agressivas e abordagem truculenta ilegal, ferindo a integridade física de colegas de sua coirmã. A atitude ilícita dessa equipe da PM no carnaval no município de Cametá ocorreu ao arrepio da lei e configura, em tese, abuso de poder de forma inconteste, pelo que não podemos admitir o uso de violência desnecessária”. A Assindelp e o SindPol prestaram apoio incondicional ao delegado Dilermano Tavares e IPC Aguinaldo, acompanham os procedimentos da Corregedoria da PMPA e da Promotoria de Justiça Militar e cobram a punição dos agressores.
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