0
 
Pela primeira vez, a Universidade Federal do Oeste do Pará divulgou à comunidade os resultados de suas pesquisas ao longo de três anos de implantação do mestrado em Biociências na cidade de Oriximiná. Além dos estudantes da graduação e da pós-graduação, os alunos de escolas públicas ouviram as apresentações e aproveitaram nove minicursos sobre pesca e aquicultura.

Na abertura, houve debates sobre plantas medicinais, fitoterápicos e uma participação emocionante do professor Domingos Diniz, afastado da direção do campus para tratamento de um câncer.
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Paulo Henrique de Oliveira e o professor Danilo Ribeiro de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – que tem campus avançado em Oriximiná – integraram mesa-redonda, cujo tema foi “Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e os dilemas entre conhecimento tradicional e conhecimento científico que envolvem o tema das plantas medicinais”.
O professor Danilo ressaltou a possibilidade de utilização das plantas medicinais pelo SUS.

Já o professor Paulo Henrique anunciou parceria entre a UFRJ e a Ufopa: de 2 a 14 de maio já começa um curso de Introdução à Botânica e Etnobotânica. 

No encerramento, um depoimento do pesquisador Miguel Canto, ex-aluno do mestrado em Biociências, aprovado no curso de doutorado na Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele apresentou os resultados da pesquisa “Efeitos da adição do fruto de Myrciaria dubia (camucamu) em dieta hiperproteica no crescimento do Colossoma macropomum (tambaqui) submetido a exercício físico em ambiente aquecido”. A dieta enriquecida com o fruto a 5% promoveu crescimento adicional no tambaqui sedentário em ambiente aquecido, não interferiu no sedentário em ambiente resfriado, mas diminuiu na condição de exercício em ambiente aquecido. E, ainda, a dieta hiperproteica (45% PB) acelerou e amplificou crescimento do peixe em ambiente resfriado (28° C) ou aquecido (34°C) somente na condição de exercício físico. 

Isso significa que alimentar o peixe apenas com excesso de proteína e vitamina não é suficiente para o seu crescimento. O ambiente precisa estar aquecido e o peixe praticar exercícios físicos. Assim, em cativeiro, o tambaqui adquire mais músculos e não apenas gordura. Isso faz com que se assemelhe ao peixe criado em ambiente natural. Para o pesquisador, esses resultados podem revolucionar a forma de criação do tambaqui em cativeiro. Ele acrescentou: “Todo esse trabalho só foi possível por causa do esforço de um homem, o professor Domingos Diniz, e da ajuda de cada um dos integrantes do nosso programa de Biociências”.
O professor Domingos Diniz não pôde ouvir o depoimento; porém, enviou um vídeo pela Internet, de Belém, onde se recupera de sessões de quimioterapia. Diniz é um dos grandes incentivadores do Programa de Pós-Graduação em Biociências da Ufopa/Oriximiná, que neste mês completa sua terceira seleção.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

A paradisíaca praia de Pirabas(PA)

Anterior

Empregados e patrões contra sindicatos

Próximo

Você pode gostar

Comentários