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A Associação de Amigos do Patrimônio de Belém requereu hoje à Fumbel o tombamento do chalé em estilo eclético localizado na Av. Manoel Barata, nº 1482, esquina com a rua Berredos, no distrito de Icoaraci, como Patrimônio Histórico, Artístico, Ambiental e Cultural do Município de Belém.

AAPBEL justificou que, na passagem do século XIX para o século XX, Belém do Pará era uma espécie de “Paris Tropical” de acordo com a estética de uma elite que tinha como espelho as cidades e a vida urbana europeias. “Uma pequena parcela da sociedade, que de fato desfrutou de toda essa prosperidade, os chamados barões da borracha, parecia respirar os mesmos ares europeus, proporcionando à capital paraense uma época de luxo, ostentação e busca pela modernidade. As transformações não se deram apenas no espaço urbano, com a renovação e construção de equipamentos, praças, calçamentos e sobretudo infraestrutura e serviços urbanos, mas a riqueza da borracha provocou também profundas alterações no comportamento social, no modo de vida e costumes citadinos.
A elite parauara procurou refletir toda a opulência e modernidade na arquitetura residencial urbana, processo que também transpôs para suas propriedades suburbanas, em geral casas de veraneio ou destinadas ao lazer do final de semana, onde essas famílias descansavam no sossego de seu recanto bucólico, nos arrabaldes ao longo da Estrada de Ferro Belém-Bragança, na antiga Vila Pinheiro, hoje distrito de Icoaraci e também na ilha de Mosqueiro”, ilustrou a Associação.   

O chalé situado à Av. Manoel Barata, nº 1482, esquina com Tv. Berredos, junto com outros mais notórios em Icoaraci, como o Chalé Senador Antônio Porfírio e o Chalé Tavares Cardoso, são testemunhos contundentes desse período, conhecido como Belle Époque, bem de inestimável valor histórico e por isso, pontua a AAPBEL, é inadmissível que corra o risco iminente de demolição ou desfiguração, para dar lugar a uma grande loja de comércio varejista, após ter sido vendido para a rede de supermercados Líder. 

A isso se soma o fato de que, apesar de manter características históricas de interesse à preservação, o chalé está localizado em área bem distante do Centro Histórico de Belém, única área de proteção patrimonial determinada por legislação municipal e federal. Além disso, por não haver nenhum tombamento nem na área de entorno do prédio, nada obriga o atual proprietário a preservar o bem e suas características originais, o que exige do poder público ações urgentes para garantir seu reconhecimento por parte da sociedade, como Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Belém. 

Eu apoio!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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