0
 

De acordo com o painel epidemiológico do Ministério da Saúde, o Pará registrou 123 casos da doença em 2023 e 2024, dos quais dez resultaram em óbito, mas só em 2025 já foram registrados 118 casos de doença meningocócica no estado, e 18 desses casos resultaram em morte. Com evolução rápida e alta letalidade, a meningite meningocócica pode provocar surtos com grande impacto social e de saúde pública. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção. 

A meningite meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, grave e de rápida progressão, causada pela bactéria Neisseria meningitidis. A doença provoca inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo levar à morte em menos de 24 horas ou causar sequelas permanentes, como danos neurológicos, surdez e amputações. Em situações de surto de meningite meningocócica, pode ser necessário a tomada de ações emergenciais das autoridades de saúde, como suspensão de aulas, rastreamento de contato e medidas de isolamento. 

A transmissão da meningite meningocócica ocorre por contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas, por meio de tosse, espirros, beijos ou compartilhamento de objetos como copos e talheres. Os sintomas iniciais, como febre, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito, podem ser confundidos com os de outras infecções, dificultando o diagnóstico precoce. Com a progressão do quadro, o paciente pode apresentar rigidez na nuca, sensibilidade à luz e manchas arroxeadas na pele. Se não tratada a tempo, a infecção pode evoluir para confusão mental, convulsões, choque, falência múltipla de órgãos e morte.

Há 13 sorogrupos identificados da meningite meningocócica, sendo os mais comuns os sorogrupos A, B, C, W, X e Y.Quanto mais rapidamente a doença for diagnosticada e o tratamento adequado for iniciado, maiores são as chances do paciente se curar completamente. Por isso é importante ter atenção aos sintomas e buscar atendimento médico o quanto antes.

A letalidade média mundial é de cerca de 10%, enquanto que no Brasil, em 2023, chegou a 21%. Sem tratamento, a taxa pode chegar a 50%. Além disso, de 10% a 20% dos sobreviventes têm sequelas graves como perda auditiva, amputações ou comprometimento neurológico.

A meningite meningocócica pode acometer todas as faixas etárias, mas crianças menores de 5 anos são as mais vulneráveis. Além disso, adolescentes e jovens adultos também desempenham um papel importante na cadeia de transmissão: até 23% deles podem ser portadores assintomáticos da bactéria, ou seja, carregam o meningococo nas vias respiratórias sem manifestar a doença, mas ainda assim transmitem o agente infeccioso.

A forma mais eficaz de se proteger contra a meningite meningocócica é a vacinação.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente a vacina meningocócica C para crianças de 3 e 5 meses de idade. E a vacina meningocócica ACWY em dose de reforço aos 12 meses e para adolescentes de 11 a 14 anos como dose única ou reforço conforme situação vacinal. Ambas também estão disponíveis para outras idades na rede particular. As sociedades médicas recomendam a vacina meningocócica B e a vacina meningocócica ACWY, disponível na rede particular, para todas as crianças, com esquema aos 3, 5 e 12 meses de vida. Para a vacina ACWY, as sociedades recomendam duas doses de reforço até a adolescência. Para a vacina meningocócica B, as sociedades médicas recomendam duas doses para adolescentes não vacinados.

Além da vacinação, outras medidas de higiene ajudam a evitar a transmissão de várias doenças, incluindo a meningite meningocócica, como lavar a mão de forma frequente, cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar compartilhamento de objetos pessoais, manter os ambientes bem ventilados e evitar aglomerações na medida do possível.

Diante do potencial de surtos e das graves consequências individuais e coletivas, é fundamental que a população esteja atenta ao calendário vacinal e às formas de prevenção. A imunização não protege apenas o indivíduo, mas toda a comunidade.

O Nepal é bem aqui

Anterior

Festival Amazônia Matsuri na Semana do Japão

Próximo

Você pode gostar

Mais de Saúde

Comentários