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O tempo passa, o tempo voa, e o transporte intermunicipal Belém/Marajó continua péssimo, com exceção dos ferry boats e lanchas que fazem a linha para Salvaterra e Soure. Hoje (4) às 14h a lancha Expresso Salmista, que faz a rota do Terminal Hidroviário de Belém ao porto do Camará teve um princípio de incêndio, originado em curto-circuito, e os passageiros que lotavam a embarcação entraram em pânico quando sentiram e viram a fumaça. Muita gente passou mal. A tripulação conseguiu controlar o problema e o comandante avisou que a lancha seguiria viagem mesmo assim, e sem o ar condicionado. Alguns passageiros exigiram a devolução da passagem mas a grande maioria, sem ter como permanecer em Belém, foi obrigada a ir em condições bem ruins, sob calor sufocante a bordo. Detalhe: o preço da passagem inclui o benefício.

A Navegação Ferreira, empresa proprietária da embarcação, divulgou uma nota afirmando que cuida da manutenção preventiva.

Além da péssima administração do Terminal Hidroviário de Belém, que está sucateado e sem qualquer providência, a fiscalização da Arcon continua inexistente, colocando vidas em risco. Os donos das empresas não investem em modernização, conforto e segurança: navios, lanchas, balsas e barcos regionais são velhos, lentos, sujos e desconfortáveis, mas a tarifa é altíssima, muito além do que podem pagar os usuários. Não tem um só empresário de navegação que não seja rico, mas o choro do povo marajoara não é ouvido.

Trata-se de direitos humanos, de cidadania e do consumidor, todos protegidos pela Constituição e legislação específica, mas desrespeitados impunemente. O Ministério Público e a Defensoria do Estado do Pará precisam agir.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Uma história leva à outra, n° 14

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