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Tombado pelo Iphan, o belíssimo Palacete Pinho é uma das joias arquitetônicas da Belle Èpoque. Construído para residência da família do comendador Antônio José de Pinho, em 1897, o imóvel fica no bairro da Cidade Velha, centro histórico, e foi totalmente restaurado pela Prefeitura de Belém, que investiu nele cerca de R$ 6 milhões.

O palacete foi entregue nesta quinta-feira, 22, pelo prefeito Edmilson Rodrigues, que descerrou a placa de reinauguração ao lado da família de Antônio José de Pinho. Agora há brinquedoteca, áreas externas com deck e o cinema “Dira Paes”, em justa homenagem à estrela parauara sempre engajada nas causas sociais. Um coral formado por alunos da Secretaria Municipal de Educação se apresentou na cerimônia.

“Este é mais um prédio histórico reformado pela Prefeitura e com uma destinação importante para os alunos da rede municipal”, ressaltou o prefeito, citando outros imóveis históricos que já restaurou, como o Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura e do Museu de Arte de Belém (Mabe), o prédio que abriga a nova sede do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova (Promabem), e o Mercado de São Brás, que está com as obras em curso.

O Palacete Pinho vai abrigar o Núcleo de Artes, Cultura e Educação, que hoje funciona no prédio do Centro de Formação de Educadores Paulo Freire. Os estudantes das escolas municipais de Belém terão ali a oportunidade de aprender música, teatro, dança, cinema e exercitar diversas manifestações artísticas.

Tataraneta de Antônio José de Pinho, Ana Cláudia Pinho rememorou a sua infância. “Tinha um piano de cauda, uma mesa grande. Tenho essa recordação, pois vinha aqui quando criança. É uma emoção grande reviver tudo isso e em nome da minha família agradeço à Prefeitura por devolver a Belém parte dessa história e também dar uma destinação tão democrática a este espaço”.

“Nunca Belém teve uma escola municipal de artes. Agora é realidade. Tenho certeza de que é o sonho de muitas redes municipais. Belém é privilegiada. Ela vai atender aos alunos, muitos nunca entraram no palacete”, informou a titular da Semec, Araceli Lemos.

Uma das edificações características dos fins do século XIX, no ápice econômico do Ciclo da Borracha, o palacete sempre foi palco de manifestações culturais. Suas linhas arquitetônicas são inspiradas nas construções de Portugal nos séculos XVII e XVIII, que vêm da influência dos palácios e vilas italianas do século XVI. Sua planta é em “U”, com o pátio aberto na frente, uma proposta barroca, limitado por uma grade como nos similares portugueses. A linguagem dos vãos, que no primeiro pavimento são em arco pleno e no segundo vergas retas, encimadas por frontões triangulares e curvilíneos, se harmonizam com o revestimento de azulejos e com os lambrequins da parte mais elevada do prédio (a camarinha). A falta de recursos dos herdeiros para preservá-lo levaram à sua venda, em 1978.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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