Um país que se acovarda diante de sua própria história não pode ser levado a sério: o direito à verdade e à memória garantido pela Constituição não pode ser revogado por pressões ocultas ou daqueles que estão comprometidos com o passado que não se quer ver revelado. O Brasil que está no Haiti defendendo a democracia naquele país não pode ser o País que aqui se acovarda.
O Brasil não pode se acovardar e querer esconder a verdade; anistia não á amnésia. É preciso conhecer a história para corrigir erros e ressaltar acertos: o povo que não conhece seu passado, a sua história, certamente pode voltar a viver tempos tenebrosos e de triste memória como os tempos idos não muito distantes.
Negar simplesmente a história, ou tentar escondê-la a todo custo, é querer contá-la de novo, especialmente nas suas páginas mais obscuras, excludentes e nefastas”. Ele lembrou, nesse sentido, episódios recentes vividos pelos estudantes que protestaram em Brasília contra escândalos de corrupção denunciados, envolvendo os poderes públicos locais.
A violência policial cometida contra os estudantes de Brasília em data recente não foi diferente durante a ditadura militar. É preciso revogar o medo, fazendo escrever nas páginas da história do Brasil que este é um País livre, democrático e protegido por uma Constituição que Ulysses Guimarães batizou de coragem.”
(Cezar Britto, presidente nacional da OAB, criticando duramente, hoje, as pressões do ministro Nelson Jobim e dos comandantes militares contra a criação da Comissão da Verdade, dentro do Plano Nacional de Direitos Humanos, que deve investigar a tortura e os arquivos do período da ditadura militar [1964-1985]. A OAB defende no STF e no Superior Tribunal Militar ações reivindicando a abertura dos arquivos dos anos de chumbo e a punição aos torturadores. )
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