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O deputado Luiz Afonso Sefer foi à tribuna da Alepa, hoje, no final da manhã. Levou o livro “Escândalo”, para ilustrar casos em que a imprensa acusou injustamente, como o da Escola-Base e o do ex-ministro Alceni Guerra. Dizendo-se vítima de “setores da imprensa” e blogs (sem apontar quais) que, como os nazistas, vêm massacrando a sua honra, julgando-o e condenando-o por antecipação, afirmou que não está sendo processado, que não responde a inquérito e somente foi chamado para prestar esclarecimentos. Entretanto, em vários momentos declarou que o seu caso está sob segredo de justiça, e quem cometeu crime são as pessoas que o divulgam.
Segundo seu relato, acolheu sob sua guarda e em sua residência uma adolescente interiorana, a pedido da família, pagando-lhe os estudos e escola de natação, inclusive, dela cuidando com esmero, tendo designado sua empregada doméstica de 50 anos a título de governanta. A menina teria se mostrado de difícil trato, a ponto de até mesmo sua empregada de confiança ter desistido de tomar conta dela. Por isso, o deputado teria ido à presença de um juiz (não disse qual) entregar a guarda, tendo-a devolvido à família que, contudo, não quis aceitá-la, tendo assim a garota retornado ao seu convívio. Ainda de acordo com Sefer, a adolescente teria piorado ainda mais seu comportamento, motivo pelo qual tomou-lhe as chaves de sua casa(!) e tentou novamente devolvê-la aos pais, em vão. Após a fuga da menina, algum tempo depois, diz ter sido surpreendido com o chamamento para que esclarecesse as acusações feitas pela garota (não especificou quais, tendo se referido apenas a cárcere privado).
Negando ter cometido qualquer crime, o deputado pediu que a imprensa desse o mesmo destaque à sua defesa dado às acusações. Referindo-se à suposta chantagem de que teria sido alvo, com tentativa de extorsão mediante “abafamento” do caso na mídia, falou que não sabe quem são essas pessoas, nem procurou saber, que não tem nada gravado. Mas depois, quando o deputado Parsifal Pontes, em aparte, instou-o a processar seus acusadores, ainda na tribuna declarou que tem tudo gravado. Representantes de todos os partidos com assento na Casa fizeram aparte e prestaram solidariedade a Sefer.
Logo que desceu da tribuna, sob as vistas de jornalistas, servidores da Alepa e deputados, pedi ao deputado Sefer a íntegra de seu pronunciamento, para publicar aqui no meu blog. Ele disse que eu podia solicitar as notas taquigráficas. Lembrei-o de que só ele poderia autorizar essa entrega, e que certamente demoraria pelo menos dois dias. Solicitei, então, que me enviasse por meio digital sua defesa, mas o deputado disse que nada tinha em meio digital. Insisti ainda mais uma vez, perguntando se ele não dispunha de um documento em sua defesa, que pudesse entregar-me para publicação. Sefer disse que não, que falara de improviso, e que tudo o que tinha a dizer já havia dito.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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