Publicado em: 28 de outubro de 2015

Amanhã, Dia Nacional do Livro, o jornalista, professor e pesquisador Paulo Roberto Ferreira lança “A Censura no Pará – A mordaça a partir de 1964″, fruto de anos de pesquisa em jornais da época, depoimentos e dezenas de entrevistas inéditas com pessoas que viveram e vivem as tensões provocadas pelo cerceamento da liberdade de expressão, nas áreas da educação, das artes e da comunicação. O próprio autor – que depôs perante a Comissão da Verdade, Memória e Justiça dos Jornalistas do Pará – sentiu na carne a perseguição aos que não comungavam o ideal da ditadura militar. Chegou a perder seu emprego na Caixa Econômica Federal e teve seu nome relacionado pelo SNI como “subversivo”, o que lhe causou muitos transtornos. Paulo também foi personagem da tristemente célebre invasão, pelas polícias militar e federal, da gráfica Suyá, da SDDH (Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos), que editava o jornal “Resistência”, ícone de uma época em que poucos se atreviam a escrever sobre a realidade nua e crua.
A noite de autógrafos será na livraria Fox Belém (Trav. Dr. Moraes, 584 – Batista Campos), a partir das 18h. A obra, com 200 páginas, está dividida em sete partes e o projeto gráfico é do jornalista e publicitário Sérgio Bastos. O autor mostra as restrições ao teatro, à música, à literatura e ao cinema, antes e durante os anos de chumbo, reconstitui o cenário da imprensa e desvenda os posicionamentos políticos que orientavam a atuação da mídia.
Paulo Roberto tem 40 anos de jornalismo e é coautor do livro O homem que tentou domar o Amazonas, biografia do cientista Felisberto Camargo.
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