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FOTOS: ELISEU DIAS

FOTOS: CRISTINO MARTINS
Quem nunca veio a Belém do Pará assistir ao Círio de Nazaré não faz a mínima ideia de como e por que mais de dois milhões de católicos anualmente saem às ruas em procissão e marcham, de forma ordeira e pacífica, ao longo de vários quilômetros, durante mais de seis horas, sem causar um só tumulto, observados por centenas de milhares de pessoas de todas as religiões e credos,  que, solidárias, oferecem água e leques para minorar o calor escaldante do verão amazônico, e que sem hesitar dão as mãos e carregam-nas se for preciso, num exemplo de que é possível a construção da paz e a humanidade não está perdida.

Quem nunca veio a Belém não entende como um mar de gente de todos os matizes e de todas as condições sociais e culturais se reúne e caminha indistintamente, lado a lado, com o coração vibrante de fé, e vivencia momentos indescritíveis de emoção tão forte que leva todos às lágrimas, num choro libertador, uma cartarse coletiva que se transforma em verdadeiro transe na chegada apoteótica à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.

Quem nunca veio a Belém do Pará jamais saberá o segredo desta manifestação autenticamente popular, cuja grandeza não encontra par no mundo, e que transpira a simplicidade do caboclo amazônida. 

Se você ainda não veio, agende logo sua passagem para o ano que vem. E você sentirá em suas entranhas, seja lá qual for a sua igreja, o que é o Círio de Nazaré. Algo intangível, que não se pode relatar, apenas viver.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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