A exposição que convida para um rio de histórias, com curadoria da artista indígena e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano e da antropóloga Majoí Gongora se despede do público paraense na sexta-feira, 26. Mas ainda dá tempo de ir vê-la no Centro de Exposições Eduardo Galvão no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Antes da chegada do colonizador português ao território do Brasil, estima-se que existiam entre seiscentos e mil línguas diferentes faladas no país. E ainda hoje, apesar de apenas um idioma oficial, o país continua sendo um local de pluralidade, com algo em torno de 175 línguas faladas por 305 etnias diferentes.
Nhe’ẽ Porã (“boas palavras”, no Guarani Mbya) expressa a necessidade e a urgência de lembrar que falar de povos indígenas é falar de outras formas de interação com a natureza e outros modos possíveis de viver em sociedade. Por isso Daiara Tukano reconhece as línguas como territórios e que as famílias de línguas são árvores de raízes profundas capazes de renascer, representando mais de quinhentos anos de histórias, memórias, processos de luta e atuação política, a partir da língua que se desenha como uma espécie de tecnologia de resistência cultural, uma tecnologia de sobrevivência, nas palavras do líder indígena e escritor, imortal da ABL Ailton Krenak.
A exposição aproxima o público de objetos arqueológicos, instalações audiovisuais, obras de arte e etnográficas, com o intuito de abordar outros pontos de vista sobre suas trajetórias de lutas e resistências. Histórias, memórias e identidades sobre seus territórios.
Nhe’ẽ Porã também marcou o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas no Brasil (2022-2032).
A mostra pode ser visitada de quarta a domingo, das 9h às 15h.
Os ingressos custam R$3 com meia entrada para estudantes e gratuidade para crianças até 12 anos, pessoas com mais de 60 e pessoas com deficiência.
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