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O presidente Michel Temer finalmente reagiu às gravíssimas acusações que pesam sobre si com elementos fáticos e jurídicos consistentes. Com efeito, se a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal não tomaram o cuidado – básico – de primeiro verificar a autenticidade das gravações que o incriminam, antes de aceitar como verdade a delação do grupo JBS, qualquer processo que nelas se ampare está prejudicado.  

Por outro lado, mesmo que se prove que é mesmo culpado, Temer disse uma grande verdade em seu pronunciamento à nação hoje à tarde. Refiro-me a este trecho:

O autor do grampo
está livre e solto passeando pelas ruas de Nova York. (…). Ele não passou nem um dia na cadeia. Não foi preso,
não foi julgado, não foi punido. E, pelo jeito, não será.

Cometeu, digamos assim, o crime perfeito.

(…) especulou contra a
moeda nacional. A notícia foi vazada, seguramente, por gente ligada ao grupo
empresarial, e antes de entregar a gravação, comprou um bilhão de dólares,
porque sabia que isso provocaria o caos no câmbio. Por outro lado, sabendo que
a divulgação da gravação também reduziria as ações de sua empresa, as vendeu
antes da queda da bolsa. Não são palavras minhas apenas, esses fatos já estão
sendo apurados pela Comissão de Valores Mobiliários.

A JBS, meus senhores e minhas senhoras, lucrou milhões e milhões de
dólares em menos de 24 horas. Esse senhor, nos dois últimos governos, teve
empréstimos bilionários no BNDES para fazer avançar os seus negócios.
Prejudicou o Brasil, enganou os brasileiros e agora mora nos Estados Unidos
.”



Cliquem no vídeo aí em cima e assistam ao pronunciamento na íntegra.

O STF não pode permitir que os irmãos Joesley e Wesley Batista, que já se mudaram de mala e cuia ontem mesmo com toda a família para os EUA, inclusive transferindo a sede do grupo JBS para lá, vivam nababescamente na impunidade, enquanto os brasileiros que eles roubaram junto com os políticos denunciados sofrem com 14 milhões de desempregados, centenas de milhares de servidores públicos com salários atrasados há seis meses, escolas, hospitais e rodovias literalmente caindo aos pedaços, falta de saneamento básico, violência no campo e nas cidades e um futuro incerto. A multa imposta ao grupo é ridícula face ao rombo estratosférico que ele promoveu com seu esquema criminoso. Os irmãos Batista deveriam ter tido os passaportes confiscados e bens bloqueados para que seja devolvido aquilo que é de direito aos cofres públicos do País. Não basta identificar e punir os corruptos do governo e do Legislativo. Há que se dar igual tratamento aos corruptores da iniciativa privada.

Milhares de micro, pequenos, médios e até grandes empresários trabalham com decência, se esforçam para gerar empregos, pagam impostos e investem no Brasil. Permitir a impunidade de corruptores confessos que assaltaram a nação, assassinaram a cidadania brasileira e atiraram o País no retrocesso político e econômico e na amoralidade explícita não pode ser uma opção do Judiciário.

Cartas para a redação.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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