Publicado em: 16 de abril de 2025
O Museu Paraense Emílio Goeldi promove uma programação especial em alusão ao Abril Indígena, com atividades que celebram o conhecimento tradicional dos povos originários em diálogo com a ciência. A agenda acontece em dois espaços da instituição — o Campus de Pesquisa e o Parque Zoobotânico — e reúne palestras, oficinas e lançamentos que reforçam a importância da valorização das culturas indígenas no campo científico e educacional.
As atividades começam nesta quarta-feira, 16 de abril, no Campus de Pesquisa do Museu, com a palestra “A câmera é nossa arma: os desafios atuais para os Mebêngôkre-Kayapó”, ministrada por Pat-i Bepbere Kayapó, às 12h30 – que já divulgamos aqui na Agenda Científica. A discussão aborda o uso da linguagem audiovisual como ferramenta de resistência e documentação cultural entre os Kayapó.

Na quinta-feira, dia 17, a programação segue com o debate “Saberes Enraizados: A Botânica dos Povos Indígenas”, às 9h, conduzido por Pedro Paulo Kayapó, Banhire Kayapó e o pesquisador Pedro Glécio. A palestra destaca o profundo conhecimento dos povos indígenas sobre a biodiversidade amazônica e sua contribuição para a ciência botânica. À tarde, às 14h, os participantes poderão colocar a mão na terra na oficina prática “Semeando Saberes”, que promove o plantio de espécies nativas em frente ao Herbário do Museu, unindo prática ambiental e troca de conhecimentos tradicionais.


O Parque Zoobotânico será palco da programação do dia 19 de abril, data em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas. Às 10h, a linguista Ana Vilacy apresenta a palestra sobre línguas indígenas e lança o site Dicionários Multimídia, uma plataforma digital interativa voltada ao registro e ensino de idiomas originários. Em seguida, às 10h40, o historiador Márcio Couto discute as “Identidades Indígenas na Belle Époque”, propondo uma reflexão sobre as representações dos povos indígenas durante o período de modernização da Amazônia no início do século XX.


A programação integra o calendário anual do Museu Goeldi, que tem um compromisso histórico com a valorização dos saberes indígenas e o protagonismo dos povos originários na construção do conhecimento científico. A entrada é gratuita e aberta ao público, com um convite especial a estudantes, pesquisadores e comunidades indígenas.
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