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Em vídeo da campanha da Justiça Eleitoral de incentivo, valorização e respeito às mulheres no meio político, com o slogan “Mulher na política é outra história”, mulheres de diferentes idades manifestam opiniões sobre direito ao voto, representatividade e violência política de gênero. O direito à participação na vida pública demorou demais e foi conquistado após muita luta. O primeiro voto feminino foi em 1932. Nas eleições municipais de 2020, nada menos que 846 municípios não elegeram uma só vereadora e dados do Ministério Público Federal apontam sete casos por mês de violência política de gênero.

No Pará, o PL escolheu uma mulher para candidata a vice-prefeita, mas ela é a esposa do deputado estadual Rogério Barra, filho do candidato a prefeito, deputado federal Eder Mauro, e foi escolhida só por ser do núcleo familiar, que comanda a sigla no Pará. Nunca militou na política e segue a cartilha patriarcal, eis que declaradamente os membros do PL abominam ideologia de gênero. Não basta, pois, ser mulher, tem que ter compromisso com as mulheres. “Quando uma mulher tem voz ativa, ela incentiva outras a falarem também. Quando uma mulher lidera, ela incentiva outras a liderarem também. Quando uma mulher ocupa um cargo público, ela incentiva outras a ocuparem também”. E quem diz isso é o próprio TSE/TRE.

O PSTU lançou candidata mulher ao cargo majoritário: Wellingta Macêdo, 44 anos, mãe de dois meninos, jornalista sindical, educadora social, atriz e ativista do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, que impulsiona as Marchas da Periferia por todo o país. Militante política há 17 anos, feminista, candidata a vereadora de Belém em 2016 e em 2022 a deputada federal pelo Pará, Well Macêdo nunca foi eleita mas permaneceu na luta. Ela defende prioritariamente as mulheres negras, pobres, chefes de família, trabalhadoras e mães solo, como ela, os direitos das pessoas LGBTQIA+, e é ferrenha ativista contra o racismo e todas as formas de opressão.

O Unidade Popular traz Raquel Brício, 32 anos, como cabeça de chapa à Prefeitura de Belém. Diretora do Sindicato dos Portuários do Pará e Amapá (Sindiporto PA/AP) e estudante de Direito na UFPA, ela preside o diretório da UP no Pará, concorreu em 2020 a vereadora e em 2022 a deputada estadual, mas não foi eleita nesses pleitos. Ribeirinha do Moju, ela se mudou para Belém aos 12 anos de idade para poder estudar, é protagonista de seu destino e defende os direitos dos trabalhadores, principalmente das mulheres negras e da periferia.

Já o deputado Igor Normando (MDB) não tem mulher como vice mas a conselheira mais influente de sua campanha e braço direito é sua esposa, Fabíola Cabral, mãe de três meninas, publicitária, carismática, politizada, que desde a adolescência se engajou como voluntária em projetos sociais e, eleita em 2019 deputada estadual em Pernambuco, marcou seu mandato com posições corajosas, atuou com firmeza na proteção e inclusão das mulheres no mercado de trabalho, reivindicando políticas públicas e garantindo direitos como o da dignidade menstrual, tendo sido eleita e reeleita à unanimidade presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática da Alespe.

O protagonismo das mulheres na política é crucial para a democracia brasileira e da maior relevância ressaltar a necessidade da representação feminina nos espaços de poder.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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