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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nesta quinta-feira, 2 de outubro, no arquipélago do Marajó, onde participou da inauguração de duas escolas no município de Breves e de uma em Melgaço, na Orla de Breves. As entregas integram um conjunto de mais de 40 obras concluídas na região dentro do Novo PAC, que destinou R$ 34,7 milhões para o setor educacional marajoara. Grande parte dessas intervenções estava paralisada há mais de uma década.

Durante a cerimônia, também foi formalizada a ordem de serviço que autoriza a retomada de sete construções em Melgaço. O investimento ultrapassa R$ 3 milhões e contempla duas escolas de duas salas, três unidades de seis salas, uma creche pré-escola tipo C e ainda uma quadra coberta com vestiário. De acordo com o governo, os novos espaços irão reforçar a rede de ensino local e beneficiar diretamente estudantes e suas famílias.

Ao se dirigir ao público, Lula criticou o histórico de paralisações de obras públicas, com ênfase para aquelas ligadas à educação, e destacou os prejuízos que essa realidade causa à população. O presidente também fez referência a uma solicitação apresentada pelo prefeito de Breves, Xarão Leão, que reivindicou a criação de uma Universidade Federal no Marajó. O gestor lembrou que há dois projetos de lei em tramitação no Congresso sobre o tema.

“Uma coisa que me agrada muito é quando eu chego numa cidade e as pessoas começam a pedir educação. Se tem uma coisa que me faz acreditar no futuro desse país é quando as pessoas começam a desejar mais escolas. E vocês fizeram uma reivindicação de uma universidade no Marajó. Se o ministro chegar à conclusão que é necessário, nós vamos fazer essa universidade”, afirmou o presidente.

Em sua fala, Lula reforçou que não faz distinções entre as pessoas e que sua prioridade é atender às demandas da população. “Eu não quero saber se é católico ou evangélico, se é Remo ou Paysandú: a única coisa que eu quero saber é que vocês tenham direito ao que vocês estão pedindo”, completou.

As Universidades Federais do interior do Pará desempenham papel estratégico para o desenvolvimento regional, democratizando o acesso ao ensino superior e impulsionando a produção científica em territórios historicamente marcados por desigualdades. A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), sediada em Santarém e com campi em Alenquer, Itaituba, Monte Alegre, Juruti, Óbidos e Oriximiná, e a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), sediada em Marabá e com campi em Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara, são exemplos concretos de como a presença dessas instituições fortalece a formação de quadros qualificados, promove pesquisas voltadas às realidades amazônicas e amplia a inserção social de jovens de diferentes origens. Além de gerarem conhecimento aplicado às demandas locais, da biodiversidade à mineração, da educação à saúde, essas universidades têm contribuído para fixar talentos na região, reduzir a migração forçada em busca de oportunidades e cimentar uma rede acadêmica comprometida com o desenvolvimento local.

No Marajó, os campi Soure e Breves da Universidade Federal do Pará (UFPA) desempenham papel de extrema importância no acesso ao ensino superior e a produção científica voltada às demandas locais. Recentemente foi criada a Universidade Livre do Marajó, iniciativa voltada a atender as necessidades históricas da região por formação não-tradicional (em referência ao formato acadêmico formal), valorização dos saberes locais e desenvolvimento sustentável. A criação de uma Universidade Federal do Marajó representaria um acréscimo valoroso para os atuais campi, fortalecendo a estrutura acadêmica pública do arquipélago, ampliando a oferta de cursos e pesquisas e consolidando a região como polo de produção científica e inclusão social.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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