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Um espetáculo delicado, poético, e ao mesmo tempo vibrante e sedutor, que mantém o coração do público acelerado. A cantata “Los Pájaros Perdidos – O Tempo no Tango”, que integra a programação do XV Festival de Ópera do Theatro da Paz, teve sua terceira e última récita hoje à noite. Impossível não se emocionar com os tangos de Carlos Gardel e de Astor Piazzolla,  e o clima onírico criado pelas projeções da artista multimídia, designer e produtora Roberta Carvalho, que é paraense. A direção cênica e iluminação  do premiado diretor Caetano Vilela realçou a beleza plástica, alinhavando a passagem do tempo, cada estação do ano representando uma fase da vida, a música, o canto e a dança mesclados, exalando paixão e sensualidade em ritmo dramático nos passos dos dançarinos paulistas Irupé Sarmiento, Júlio César, Margareth Kardosh e Vítor Costa, ao lado de 14 bailarinos paraenses, a dançarina paraense Isanira Coutinho par do bailarino e coreógrafo argentino Luis Arrieta, um dos maiores especialistas em tango da atualidade. 

A récita de hoje foi dedicada à memória do tenor Pedro Portari, pai do tenor carioca Fernando Portari, que ao lado da cantora mexicana Eugenia Léon, acompanhados pelo bandoneonista argentino Martín Mirol e pela orquestra Jovem Vale Música, regida pelo maestro Miguel Campos Neto, foram as grandes estrelas da cantata. 

“El dia que me quieras”, “Por una cabeza”, “Libertango”, “Adios, Nonino”, “Fugata”, “Soledad”, “Primavera porteña”, “Balada para um loco”, “Verano porteño”,  “Mano a mano”, “Otono porteño”, “Oblivion”, “Invierno porteño” e “Los Pájaros perdidos” se entrelaçam com graça e harmonia, os fragmentos do poema “Juventud, divino tesoro”, de Ruben Dario, e da letra de “Los Pájaros Perdidos”, recitados por Fernando Portari, têm um encadeamento apaixonado e belo.

O secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves, com muito acerto concebeu o  espetáculo e selecionou as músicas. Multi-instrumentista, compositor e arranjador, autor de  obras que transitam do erudito ao popular, passando por trilhas sonoras para TV e cinema,  Luiz Pardal criou os arranjos e fez a direção musical, e Dudu Neves foi o responsável pela pesquisa e coordenação geral da cantata. Gilberto Chaves, o diretor artístico do Festival, costurou a unicidade desses talentos. O resultado ficou muito bonito e impactante.

As fotos são de Rodolfo Oliveira.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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