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A Academia de Letras do Brasil diplomou os novos membros efetivos eleitos, que tomarão posse em data a ser marcada pelo presidente da ALB, Marcos Freitas. Entre eles, o poeta, prosador, ensaísta, romancista, ficcionista, teatrólogo e professor João de Jesus Paes Loureiro, um dos intelectuais mais importantes do Pará de todos os séculos. Com a humildade e curiosidade próprias da grandeza e genialidade, do alto de seus joviais 83 anos, Paes Loureiro continua a produzir febrilmente, com a excitação de um adolescente, e tem enorme interesse por tudo de novo ligado às artes. Não à toa, está compondo raps, acompanha o movimento muralista, atento às nuances entre elementos constituintes do hip hop e o grafite, e inclusive a street dance, as artes cênicas (circo, dança e teatro), as diferentes linguagens das artes visuais, artes integradas e música.

Professor de Estética e Arte, mestre em Teoria da Literatura e Semiótica pela PUC/Unicamp, doutor em Sociologia da Cultura pela Sorbonne, Paes Loureiro é de uma originalidade desconcertante. Mergulha na oralidade cabocla, nada de braçadas na cultura ancestral, história, imaginário popular e deságua no universal, metafísico, existencial, tornando as encantarias um espelho do mundo. A literatura vanguardista de JJ Paes Loureiro extrapola os limites da escrita. A força de sua narrativa reconstrói língua, espaço e linguagem. A oralidade vivaz se espraia. Expôs na X Bienal de São Paulo poemas visuais. Participou, com um poema-objeto, da mostra A Vanguarda Visual Brasileira – 50 anos depois da Semana de Arte Moderna, organizada por Roberto Pontual, para a Galeria Colletio, em São Paulo (SP). É, sem favor algum, um ícone amazônico com dimensão planetária.

Homem à frente de seu tempo, Paes Loureiro foi um divisor de águas quando exerceu os cargos de secretário de Estado de Cultura e secretário de Estado de Educação, ambos no Pará. Criou e presidiu a Fundação Cultural do Pará; idealizou, criou e presidiu o Instituto de Artes do Pará. Foi, ainda, secretário de Educação e Cultura de Belém, capital do Estado.

Colecionando prêmios da maior importância, vários de seus livros foram traduzidos e publicados na França, Alemanha, Itália, Portugal, Japão e China. Na ALB, JJ Paes Loureiro vai ocupar a cadeira 25, que tem como patrono Emílio Moura.

Confiram os eleitos e diplomados pela ALB: Cadeira 7 – Patrono Lima Barreto: José Alberto Wenzel; Cadeira 9 – Patrono Da Costa e Silva: Antônio Lisboa Carvalho de Miranda; Cadeira 18 – Patrono Cassiano Ricardo: Anderson Olivieri Mendes; Cadeira 20 – Patrono Cornélio Pena: Ruy Espinheira Filho; Cadeira 23 – Patrono José Lins do Rego: Ester Abreu Vieira de Oliveira; Cadeira 25 – Patrono Emílio Moura: João de Jesus Paes Loureiro; Cadeira 29 – Patrono M. Cavalcanti Proença: Luiza Leite Bruno Lobo.

E os novos membros correspondentes estrangeiros eleitos: Cadeira 1: Abhay Kumar (Índia); Cadeira 2: Indran Amirthanayagam (Sri Lanka/EUA); Cadeira 3: Alfredo Pérez Alencart (Peru/Espanha).

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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