Publicado em: 1 de julho de 2025
Você já percebeu como a gordura tende a se acumular de formas diferentes no seu corpo com o passar dos anos? Isso não é só uma questão de genética ou alimentação, os hormônios sexuais, especialmente o estradiol (um tipo de estrogênio), têm um papel relevante nesse processo.
Esse hormônio está envolvido em diversas funções vitais para a saúde da mulher, como: ciclo menstrual, saúde óssea, sistema cardiovascular, humor e o metabolismo da gordura, influenciando onde o corpo armazena e “queima” gordura.
A ciência investigou como o estradiol influencia a lipólise, ou seja, a “quebra” de gordura, em diferentes partes do corpo de mulheres antes da menopausa.
Descobriu-se que que o estradiol não atua da mesma forma no corpo. No abdômen, o estradiol pode aumentar ou reduzir a queima de gordura, dependendo do ambiente hormonal e da atividade física. Já nos glúteos, o estradiol tende a reduzir a lipólise, promovendo o acúmulo de gordura, o que ajuda a explicar o padrão clássico de corpo em forma de pêra na maioria das mulheres.
Com a chegada da perimenopausa e menopausa, os níveis de estradiol caem progressivamente. Isso provoca mudanças no metabolismo, como a redistribuição da gordura corporal, com tendência ao acúmulo na região abdominal; diminuição da taxa metabólica basal (o corpo gasta menos calorias em repouso); maior resistência à perda de peso; aumento do risco cardiovascular, diabetes tipo 2 e osteoporose. Essas alterações hormonais explicam por que muitas mulheres relatam dificuldade para manter o peso, mesmo com hábitos saudáveis.
Nesse contexto, a prática de exercício físico é um aliado fundamental para a saúde hormonal e o controle de peso. Pois estimula a lipólise, compensando a queda hormonal, reduz a resistência `a insulina – hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue – o que ajuda a prevenir o acúmulo de gordura, e preserva a massa muscular, sendo isso que mantem o metabolismo mais ativo de fato. E ainda, melhora o humor, o sono e a disposição, que são frequentemente afetados pelas alterações hormonais.
No entanto, fazer exercícios aleatórios não é a mesma coisa que treinar de verdade. Para isso é preciso dose, frequência e tempo adequado para cada ciclo de treino. Existe progressão, tanto na quantidade quanto na dificuldade. E é nessa fase, quando as mudanças fisiológicas passam a se manifestar no corpo que a estratégia e a precisão no treinamento são claramente sentidas. Sem planejamento, o treino não tem eficácia e os resultados não aparecem.
Gavin, Kathleen M et al. “Estradiol effects on subcutaneous adipose tissue lipolysis in premenopausal women are adipose tissue depot specific and treatment dependent.” American journal of physiology. Endocrinology and metabolism vol. 304,11 (2013): E1167-74. doi:10.1152/ajpendo.00023.2013
RASKIN, Diana Beatriz Filip; PINTO‑NETO, Aarão Mendes; PAIVA, Lúcia Helena Simões Costa; RASKIN, Analisa; MARTINEZ, Edson Zangiacomi. Fatores associados à obesidade e ao padrão andróide de distribuição da gordura corporal em mulheres climatéricas. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 22, n. 7, p. 435–441, ago. 2000. DOI: 10.1590/S0100‑72032000000700006.
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