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Em Muaná, município de 38 mil habitantes no arquipélago do Marajó, os ribeirinhos denunciaram ao Ministério Público Federal que a contratação dos barcos para o serviço de transporte escolar é feita de maneira direta, a prefeitura fornece o combustível e mesmo assim o serviço é constantemente paralisado por alegada falta de combustível ou de pagamento aos barqueiros. Há várias obras públicas inacabadas e problemas de estrutura no hospital municipal e na rede de educação. O prefeito Sérgio Murilo dos Santos Guimarães recebeu recomendações para regularizar o fornecimento de alimentação escolar, obedecendo as diretrizes do sistema brasileiro de educação pública e solucionar os problemas no transporte escolar aos ribeirinhos. Quanto à merenda escolar, o MPF pede 24 medidas e dá prazo de 120 dias para que tudo seja sanado. 

Além disso, o MPF fez oito pedidos de esclarecimentos ao prefeito de Muaná. Todos os documentos darão origem a investigações sobre a gestão, assim como as vistorias feitas.
Uma situação recorrente nos municípios marajoaras são obras públicas inacabadas. Em Muaná, postos de saúde, uma caixa d’água e uma creche municipal estão abandonados, em diferentes estágios de construção. A maioria é fruto de convênio com o governo federal. 

O Hospital Municipal de Muaná conta com uma estrutura um pouco melhor do que as de municípios próximos, mas, mesmo assim, foram observadas carências e falhas importantes, que comprometem o atendimento à população. 

Faltam medicamentos essenciais aos atendimentos mais comuns e também insumos básicos como soro, seringas e fios para sutura. Mas há também problemas como a inexistência de lavanderia apropriada, o que compromete o funcionamento de vários setores.
O hospital tem uma máquina de lavar nova e uma calandra, usada para passar a rouparia, mas a rede elétrica antiga e precária impede o funcionamento das máquinas. A lavanderia funciona com um tanquinho simples que comporta só 10 kg de roupas e obriga os profissionais do setor a fazer o enxágue da roupa a mão. Em várias enfermarias os próprios pacientes precisam levar suas roupas de cama.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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