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O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública contra o Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional e o município de Aveiro, no oeste do Pará, a fim de tentar acelerar medidas de proteção a Fordlândia, a cidade construída por Henry Ford na Amazônia na década de 20 do século passado. Nos últimos anos, diante da demora do Iphan em concluir o tombamento do local e da falta de cuidados da prefeitura, os prédios de Fordlândia vêm se deteriorando rapidamente.
O MPF já tentou várias vezes, através de recomendações e ofícios, persuadir a prefeitura de Aveiro da necessidade de proteger o patrimônio de Fordlândia. Da mesma forma, fez tentativas extrajudiciais de acelerar o processo de tombamento junto ao Iphan, sem sucesso. 

O procedimento para tombar o distrito foi iniciado em 1990, mas não avançou. Relatório do próprio Iphan atesta que vários imóveis importantes sofreram danos.
O antigo hospital teve as telhas removidas e o interior exposto ao tempo sofreu severa depreciação, a vila americana onde moravam os empregados de Henry Ford foi ocupada por moradores locais que reformaram tudo sem acompanhamento técnico e o armazém do porto teve vários equipamentos retirados pela própria prefeitura, que também é acusada de ter construído uma praça sem respeitar regras mínimas de preservação do patrimônio. 

Fordlândia foi a primeira cidade-empresa edificada na Amazônia. O fundador da cidade é o mesmo da Ford Motors e criador da linha de montagem industrial. Construída nos anos 20, Fordlândia deveria suprir a demanda de borracha do mercado americano numa época em que os ingleses haviam dominado os centros produtores da Ásia.
Depois de comprar a área de um milhão de hectares, em dezembro de 1928 os navios Laje Ormoc e Lake Farge depositaram no local todos os componentes necessários para estruturar o novo núcleo urbano, que, em pouco tempo, se transformou na terceira cidade mais importante da Amazônia, com hospital, escolas, água encanada, moradia, cinema, luz elétrica, porto, oficinas mecânicas, depósitos, restaurantes, campo de futebol, igreja e hidrantes nas ruas. 

Os seringais de Ford sofreram ataques sucessivos de pragas e acabaram desativados. Fordlândia então foi comprada pelo governo brasileiro, em 1945, por cinco milhões de cruzeiros. 

Leiam aqui a íntegra da peça inicial do processo, que ainda nem tem numeração.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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