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“Plutão (a voz aguda):

_ Ninguém sai daqui sem ordem do rei! Aqui é o rei quem manda! Toca a música! Onde está a música? Cadê o bumbo, o tamborim, a cuíca, o pandeiro, o agogô? Toca o apito! Começa o samba! Não acabou o carnaval ainda não!

Prosérpina:

_ Não resolve… O homem tá de cara cheia. Deixa ele. (ri histericamente). Dor-de-cotovelo tá comendo solta! Dor-de-cotovelo tá comendo solta, minha gente!

Orfeu (estonteado):

_ Onde estou eu? Quem sou eu? Que é que vim fazer aqui? Como é que foi isso? Isso é o inferno e eu quero o céu! Eu quero a minha Eurídice! a minha mulata linda, coberta de sangue… Eu quero a minha Eurídice, que brincava comigo, a minha mulata do dente branco…

(Trecho de Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes).


Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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