0
 

Hoje, dia 26 de maio, é o Dia Nacional de Prevenção ao Glaucoma, e tem como principal foco reforçar a importância de realizar exames oftalmológicos periódicos, já que a doença pode avançar silenciosamente e comprometer a visão de forma definitiva.

O glaucoma é caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, que, se não tratado, danifica progressivamente o nervo óptico, responsável por transmitir as imagens captadas pelo olho ao cérebro. Esse aumento de pressão geralmente decorre de um desequilíbrio na produção e drenagem do humor aquoso, fluido que circula na parte anterior do olho. A enfermidade pode levar anos para apresentar sintomas evidentes, o que torna o diagnóstico precoce um desafio e uma necessidade urgente.

Os sinais iniciais do glaucoma geralmente passam despercebidos, sendo a perda da visão periférica um dos principais indícios. A pessoa pode começar a mover a cabeça ou os olhos com mais frequência para perceber o que está ao seu redor, como se estivesse enxergando por um túnel.

Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), cerca de 2,5 milhões de brasileiros com mais de 40 anos têm a doença, e quase 70% sequer sabem disso. O exame oftalmológico completo é a única forma eficaz de detectar o glaucoma nos estágios iniciais. Esse check-up deve incluir a medição da pressão intraocular, análise do nervo óptico e do campo visual. Em alguns casos, exames adicionais também são indicados para maior precisão no diagnóstico.

O glaucoma pode se manifestar de diferentes formas, cada uma com características específicas. O tipo mais comum é o Glaucoma Primário de Ângulo Aberto, que apresenta progressão lenta e, na maioria das vezes, não causa sintomas perceptíveis nas fases iniciais, sendo mais frequente em adultos. Já o Glaucoma Primário de Ângulo Fechado é mais comum em mulheres asiáticas acima dos 60 anos e pode se apresentar de maneira crônica ou de forma aguda, sendo esta uma emergência médica. O Glaucoma Congênito é uma condição rara que está presente desde o nascimento, geralmente associada a mutações genéticas. Por fim, o Glaucoma Secundário ocorre como resultado de outras doenças oculares ou traumas, e nem sempre está ligado à hereditariedade.

Embora o glaucoma não tenha cura, ele pode ser controlado com tratamento adequado, evitando a progressão da perda visual. Entre as alternativas terapêuticas estão o uso de colírios, medicamentos orais, procedimentos a laser e cirurgias, inclusive as minimamente invasivas. Um dos tratamentos mais promissores é a trabeculoplastia seletiva a laser (SLT), indicada especialmente para casos de ângulo aberto. O método atua reduzindo a pressão intraocular com mais precisão e menor agressividade ao olho.

Entre os sintomas que devem acender o alerta estão: dor nos olhos ou na cabeça, visão embaçada, olhos vermelhos, náuseas, vômitos e perda gradual da visão periférica. Por isso, o acompanhamento oftalmológico regular, preferencialmente uma vez por ano, é a melhor estratégia de prevenção. Grupos de risco, como pessoas com mais de 40 anos, histórico familiar, diabéticos e pacientes com pressão intraocular elevada, devem redobrar a atenção.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

“UNAMA Portas Abertas” em Ananindeua

Anterior

Osório Duque-Estrada em Belém: uma visita marcada por tensões literárias e críticas aos escritores paraenses.

Próximo

Você pode gostar

Mais de Notícias

Comentários