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No Pará, mais de 14 mil atendimentos envolvendo abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes já foram realizados pelo Pro Paz Integrado que, desde 2004, oferece atendimento multidisciplinar para as vítimas e suas famílias. Este ano, já são mais de 1.339. Eugênia Fonseca, assistente social e uma das idealizadoras do projeto, conta que, em 2000, o número de casos chamava a atenção dos profissionais da Santa Casa. “Um caso em especial nos mobilizou a querer implantar algo maior: uma menina, na época com 6 anos, da cidade de Capanema, foi estuprada por um tio. Ela ficou oito meses internada por conta das inúmeras complicações que teve. Depois deste fato, demos início ao projeto Girassol, um embrião do que hoje é o Pro Paz Integrado”.
Para atender a crescente demanda, outros pontos foram ganhando o serviço que, atualmente, já contempla oito polos de atendimento: Centro de Perícia Renato Chaves, Terminal Hidroviário de Belém e as cidades de Santarém, Bragança, Paragominas, Bragança e Breves. 

No ano passado, J.A e a esposa foram ao Pro Paz Integrado da Santa Casa denunciar um rapaz de 20 anos que tentava aliciar J.B.O, na época com 8 anos. “Eles se conheceram através desses grupos de mensagem de celular. Esse cara é conhecido de uma irmã mais velha de uma das amiguinhas da minha filha. Um dia, minha esposa pegou o celular dela e começou a ver as mensagens de vídeo, áudio e até fotos que ele mandava para a criança. Ele ficava chamando-a para sair, falando coisas de baixo calão. Minha esposa ficou apavorada”, conta o pai da menina.
O casal imediatamente foi orientado a procurar o atendimento especializado e seguiu todas as orientações. O processo judicial está  aguardando sentença. 

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Em 2005, foi criada no Pará a primeira Vara de Crimes Contra a Criança e o Adolescente. Cerca de 52% dos casos que são julgados lá estão relacionados abuso sexual contra crianças e adolescentes.

Ariane Rodrigues, diretora da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente, explica que não existe um perfil próprio para o abusador, mas em geral são pessoas que estão próximas das vítimas, tais como vizinhos, pai, padrasto, tios, babás, primos. Também não há uma faixa etária bem definida, todas as idades são afetadas, contudo o grupo entre 9 e 13 anos tem mais evidência. Entre os gêneros, as meninas estão entre as maiores vítimas. 

As denúncias contra os crimes de abuso e exploração sexual infantil podem ser feitas diretamente nas delegacias dos bairros, nos conselhos tutelares ou, anonimamente, através do Disk 100 ou do número 181. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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