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“Na noite do dia 24 de dezembro de 2012
uma jovem de 18 anos, grávida e pobre, moradora do bairro do PAAR, no município
de Ananindeua-PA, em sinais de trabalho de parto, busca atendimento em uma
clínica próximo à sua residência, denominada Clínica Modelo, localizada na
Cidade Nova III. A jovem havia feito todo o pré – natal na Unidade de
Referência Materno Infantil e seguia com a gravidez tranquila, obedecendo às
orientações recebidas durante as consultas de rotina. 

Jamais poderíamos
imaginar o que viria a acontecer. A futura mamãe foi internada e ficou sabendo
que estava chegando a hora de sua primeira filha nascer. Logo teria início o
seu suplício, pois apresentava sinais de que possivelmente não teria condições
de ter parto normal, ou mesmo que ainda não havia chegado a hora do nascimento.
Mesmo assim, foi submetida a vários procedimentos, como empurrar a barriga da
mãe, tendo a médica forçado o nascimento do bebê, até que constatou a gravidade
do momento, pois observou a morte do bebê e viu que a mãe também corria risco
de morte. 

Nesse momento, a
médica chamou o pai da criança e pediu que ele a acompanhasse até a Santa Casa
de Misericórdia do Para, junto com a parturiente em carro particular,
emprestado de um servidor do hospital. Ao chegar à maternidade, deixou a jovem
aos cuidados da equipe que estava de plantão. A jovem foi bem atendida na Santa
Casa, mas, infelizmente, nada mais podia ser feito, pois a criança já estava
morta e a mãe, mesmo encaminhada com urgência para o CTI, tinha hemorragia
muito forte, vindo a óbito logo depois.

O atestado de óbito
definiu como causa morte: choque hemorrágico, histerectomia por laceração
uterina, cesariana por óbito fetal intra uterino.

Neste trágico
episódio, tivemos duas vidas ceifadas por um ato irresponsável de uma pessoa
que não pode ser considerada médica. O nome de quem fez o atendimento é Vania e
atende na Clínica Modelo. Pelas informações colhidas até o momento, ficamos
sabendo que esta clínica já foi fechada por denúncias de desrespeito a vida e
falta de condições hospitalares. Registramos uma ocorrência policial na
Delegacia da Cidade Nova e aguardaremos as investigações.

Diante dessa
tragédia familiar nos perguntamos: Que tipo de atendimento recebeu essa jovem
que levou a óbito sua filha, ainda no ventre? Que procedimentos foram
dispensados à mãe para forçar um parto normal, quando a gravidez era sem
riscos? Se o parto normal estava difícil, como foi alegado à família, porque
não foi feita uma cesariana de urgência? Porque a médica fez o transporte da
paciente até à maternidade Santa Casa de Misericórdia do Pará em carro
particular? Porque o hospital não acionou uma ambulância? Quem vai responder
por mais esta situação de desrespeito à vida? Como fica a família diante de uma
violência contra a vida de duas pessoas, sendo um, recém-nascido e uma jovem de
apenas 18 anos?

Pedimos que o
Conselho Regional de Medicina, o Ministério Público, a Secretaria Estadual de
Saúde e os órgãos competentes tomem providências para apurar as
responsabilidades diante dessas mortes inexplicáveis. 

Queremos justiça,
chega de desrespeito à vida! 

Nossos contatos:
Nazaré Sá (tia da jovem) – 91239131/
81750053
Lena (irmã) 92198229
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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