Por Ao pensar em um abdômen bonito e funcional, geralmente vêm à mente a imagem de horas de abdominais e dietas rigorosas. Porém, para as mulheres e especialmente no pós-parto, um aspecto crucial é o fortalecimento do core. Mais do que uma questão estética, entender a função e a importância do core pode transformar sua saúde, postura, qualidade de vida, e claro, a estética também.
O core é um conjunto de músculos que envolve a região central do corpo. Ele inclui os músculos abdominais (reto abdominal, transverso do abdômen, oblíquos internos e externos), os músculos das costas localizados ao longo da coluna vertebral, responsáveis por estabilizar as vértebras e manter a coluna ereta; os glúteos; o diafragma e assoalho pélvico.
Particularmente falando, de acordo com a minha prática como professora de Educação Física, esses dois últimos, apesar de não “aparecerem”, são extremamente importantes quando se pensa em abdômen bonito e funcional. O diafragma, localizado abaixo dos pulmões, é o musculo que ajuda a controlar a pressão abdominal, e o assoalho pélvico, um conjunto de músculos que faz uma base para sustentar os órgãos internos e oferece estabilidade ao tronco.
Os músculos do core atuam como uma “cinta” que estabiliza o tronco, protege a coluna e auxilia em movimentos básicos, como caminhar, levantar objetos/pesos e até mesmo respirar.
No pós-parto, o corpo da mulher passa por mudanças significativas. Durante a gestação, os músculos do core, especialmente o reto abdominal, se distendem para acomodar o crescimento do útero. Isso naturalmente leva à diástase abdominal, uma separação dos músculos abdominais que acaba enfraquecendo o suporte ao tronco comprometendo a postura e a estética abdominal.
Um core fortalecido contribui para uma melhor recuperação da diástase abdominal; redução de dores nas costas (as mamães que carregam no colo entendem!); melhoria na postura (que fica muito comprometida devido a amamentação); prevenção de lesões durante atividades diárias (aquelas “pontadas” repentinas nas costas); recuperação do tônus muscular, ajudando também na estética abdominal.
Os benefícios também se estendem as mulheres que não passaram por uma gestação recente. Estabilidade e equilíbrio, fatores essenciais com o passar da idade; alívio de dores na lombar, que é muito comum entre as mulheres; melhora o desempenho físico, o que torna a prática de exercícios físicos mais eficientes – com resultados! – e prazerosas. E claro, o abdômen ganha muito, pois o tônus muscular contribui para uma aparência mais firme.
Para iniciar o fortalecimento do core, especialmente no pós-parto ou para quem está começando ou retomando as atividades físicas, é essencial adotar exercícios específicos.
A respiração diafragmática sustenta todo esse trabalho. Como fazer? Inspire profundamente pelo nariz, expandindo as costelas, e expire pela boca, contraindo os músculos abdominais. Isso ativa o transverso do abdômen e o assoalho pélvico. E essa ativação é fundamental durante a prática de exercícios resistidos, como a musculação.
É válido ressaltar que antes de iniciar qualquer rotina de exercícios, é importante consultar um profissional de Educação Física e/ou fisioterapeuta pélvico, no caso de diástase, especialmente para avaliar a condição do core e evitar lesões.
Exercitar os músculos do core não é apenas sobre estética, mas sim sobre construir uma base sólida para o corpo. Sugiro fortemente que dediquem alguns minutos do seu dia a esse cuidado e perceba os benefícios na saúde, postura e qualidade de vida.
Referências Bibliográficas:
Lee, D. G., & Lee, L. J. (2011). The Role of the Pelvic Floor and Abdominal Wall in Core Stability. Journal of Women’s Health Physical Therapy.
Chiarello, C. M., & Falzone, L. A. (2017). Pregnancy-related Pelvic Girdle Pain and the Influence of Core Strength. Physical Therapy Journal.
Comentários