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“Um dia eu tava buiado, pensei em ir lá em baixo comprar uns tamatá.  

Tava numa murrinha, mas criei coragem, peguei o sacrabala e fui. Cheguei tarde, só tinha peixe dispré.


O maninho que estava vendendo tinha uma teba duma orelha do tamanho dum bonde.
  
O gala-seca espirrou em cima do tamatá do aru que tinha acabado de comprá. 

Ficou tudo cheio de bustela… Axiiiiiii, porcaria! Não é potoca, não.

O dono do tamatá muquiou o orelha-de-nós-todos, mas malinou mesmo.

Saí dali e fui comer uma unha. Escolhi uma porruda!    

 Égua, quase levei o farelo depois. Me deu um piriri


 Também… parece leso, comprar unha no veropa.

Comprei uns mixilhão, um cupu e um pirarucu, muito fiiiiiirme, mas pitiú paca.

Fui pra parada esperar o busão. Lá tinha duas pipira varejeira fazendo graça. 

Eu pensei logo …ÊEEEE, ela já quer… Mas, veio um Paar-Ceasa sequinho e elas entraram… 

Fiquei na roça, levei o farelo. O sacrabala veio cheio e ainda caiu um toró.

Égua-muleki-tédoidé, pense num bonde lotado. 

Eu disse: éguaaaaaaaa, vô mimbora logo.

No sacrabala lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa aquele calor muito palha. 

Uma velha estava quase despombalecendo.

Daí o velho que tava com ela gritava “arreda aí menino pra senhora sentar aí do teu lado”. 

O menino falou: “_Humm, tá, cheiroso…!”. 

Eu me abri!!!”
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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