Toda a diretoria da Celpa e Firmino Sampaio, o presidente da holding Equatorial Energia, que detém o controle acionário da concessionária, prestaram esclarecimentos, hoje, na Assembleia Legislativa, durante reunião almoço que acabou quase às 16:30h. O presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda(DEM), ao abrir a reunião, cuja iniciativa foi dele, acentuou que o Poder Legislativo é caixa de ressonância do povo e os deputados estaduais queriam saber o porquê da má prestação dos serviços e do alto valor da tarifa cobrada pela empresa, que está no patamar de quarto maior do Brasil, após o reajuste realizado no ano passado, de 34,34%, homologado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e que está penalizando ainda mais as famílias paraenses.
O deputado Carlos Bordalo(PT) levantou a questão da grave distorção do fato de o Pará produzir grande parte da energia elétrica do País e o ICMS ser recolhido no destino, prejudicando a economia parauara. Sugeriu que a Alepa proponha o pagamento de uma compensação pelo governo federal e, ao invés de procurar um culpado, os esforços sejam unificados e o Cade único utilizado para incluir os cadastrados no Bolsa Família na tarifa social da Celpa. Com isso, acredita, será possível reduzir as perdas do sistema.
Já o deputado Eliel Faustino(SDD), líder do Governo, que acaba de criar a Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica, contestou a informação de que a ineficiência não onera a conta de luz elétrica. Lembrou que, em qualquer lugar, quem arca com as consequências da ineficiência é o consumidor. “Comparar o Pará com São Paulo é absurdo”, contrapôs.
Miro Sanova(PDT), avisou que quer fazer parte da Frente para discutir as deficiências dos serviços e a tarifa de energia. Destacou que o Pará tem a usina de Tucuruí, está em construção a de Belo Monte, há vários projetos de hidrelétricas, mas a qualidade do serviço da Celpa é péssima, o preço é alto e quem paga tem que ter um bom serviço. Apagões, queima de eletrodomésticos, call center muito aquém das necessidades são alguns dos nós apontados.
O deputado coronel Neil(PSD) narrou que, como policial, testemunhou a instalação de “olhões” na Cidade Velha, onde quebraram paredes das casas, numa delas impediram até o uso da garagem e, quando o proprietário reclamou, o empregado da Celpa disse que “ligasse para o call center para reclamar”. Ele orientou no sentido da condução coercitiva do cidadão, para fazer um TCO e responsabilizá-lo pelo provável furto do carro.
O deputado Soldado Tércio (PROS) insistiu que o presidente da Celpa revelasse que irregularidades flagrou, no que não foi atendido. E advertiu que, assim como a revolução francesa aconteceu porque o povo não aguentava mais ficar sem pão enquanto a nobreza desperdiçava, comparou que o povo não mais suporta o pesado ônus e a falta de energia elétrica.
A Alepa aprovou, hoje, uma comissão de acompanhamento sobre o tema e uma comissão de estudos, além de requerimento para sessão especial no próximo dia 5.
O Pará mantém duas usinas hidrelétricas que geram energia para o Sistema Integrado Nacional, a de Tucuruí, e a de Curuá-Una, em Santarém, que produzem cerca de 9 mil MW. Uma terceira UHE (Belo Monte) está em construção, às proximidades de Altamira, com previsão de entrada em operação em 2016, e outras duas hidrelétricas já foram projetadas nas regiões oeste e sudeste para aproveitar o potencial hídrico dos rios Tocantins e Tapajós. A Celpa expôs que os municípios onde estão instaladas as UHE e os que tiveram suas áreas afetadas pela inundação do lago que se formou têm direito a receber mensalmente royalties, uma compensação financeira pelo uso dos recursos hídricos. A Eletronorte recolhe e repassa os valores, e uma parte fica com a União para investir em políticas ambientais e de recursos hídricos, conforme determina a legislação vigente no País.
No caso de Tucuruí, outros municípios são beneficiados com os royalties da geração de energia. A divisão depende da área alagada de cada um. Quanto maior a área afetada, maior o percentual dos recursos repassados. Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna e Novo Repartimento integram a lista dos beneficiados financeiramente pelos royalties da UHE-Tucuruí.
A concessionária avisa que quem adquire novos produtos eletrônicos deve ficar atento para a carga de energia que esse equipamento vai demandar. Aparelhos como ar-condicionado, chuveiro elétrico, forno elétrico, entre outros, consomem muita energia e podem sobrecarregar a rede de cada residência. Para evitar a sobrecarga, é preciso observar a potência de cada novo equipamento adquirido.
Em todo o Pará, a tensão da rede de distribuição é de 110 volts. No caso do consumidor adquirir uma central de ar-refrigerado com voltagem 220, ele precisa solicitar à Celpa a mudança na fase de energia para bifásico para que o equipamento seja utilizado de forma adequada e não gere problemas na rede elétrica. É necessário que o consumidor observe também os disjuntores e condutores: o dimensionamento correto destes materiais é fundamental para a manutenção da qualidade e segurança no fornecimento de energia. O padrão de entrada de energia das residências deverá estar de acordo com as normas técnicas e de segurança e com livre acesso aos funcionários da concessionária de energia.
Ao detectar que a partir da utilização de novos aparelhos elétricos a carga de energia é insuficiente, é necessário entrar em contato com a Celpa e solicitar orientação. Nesse caso, é importante manter atualizada na concessionária a declaração de carga da unidade consumidora.
O cliente pode acessar a Celpa através das agências de atendimento ou por meio da Central de Atendimento pelo telefone gratuito: 0800 0910196.
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