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Está disponível até o dia 18 de junho em Belém uma mostra multimídia que debate a democracia brasileira. Itinerante, homenageia o regime democrático a partir da pluralidade da cultura do país. São 120 artistas, sendo 25 da Amazônia, como Oswaldo Goeldi, Ruy Meira, Emanuel Nassar, Luiz Braga, Guy Veloso, Armando Sobral e Alexandre Sequeira, entre outros. A visitação é gratuita, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, de quarta a domingo, das 9h às 16h. A capital paraense é a primeira a receber a itinerância da exposição, que estreou em Brasília e tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, cuja coordenadora de Patrocínios e Projetos, Marize Mattos, visitou a abertura da exposição junto com Márcio Tavares, secretário executivo do Ministério da Cultura, um dos curadores, ao lado do ator Paulo Vieira e da antropóloga Lilia Schwarcz.

Em Belém, a exposição Brasil Futuro ganhou mais uma curadora, a paraense Roberta Carvalho, que contribuiu na escolha dos artistas da região norte. Artista visual e multimídia, é diretora artística e desenvolve trabalhos em intervenção urbana, videoprojeção, realidades mistas, instalação, audiovisual e projetos interativos.

A mostra é dividida em três núcleos: Retomar Símbolos, que celebra a democracia soberana do Brasil, com resgate vibrante dos símbolos nacionais; Decolonialidade, que fala sobre questões do feminismo, da negritude, dos povos originários, do movimento LGBTQIA+ e da diversidade de olhares; E Somos Nós instiga o público a refletir sobre a riqueza étnica, de gênero, regional e de linguagens presentes na cultura brasileira. Conta com a exibição de acervos arqueológicos pertencentes à coleção do Museu do Estado do Pará (MEP), peças históricas oriundas de Santarém e do Marajó. O acervo que corresponde à fase marajoara, por exemplo, é procedente da Fazenda Santa Cruz Tapera, no município de Soure.

A mostra sobreviveu aos ataques antidemocráticos do dia 8 de janeiro em Brasília, incólume, graças à agilidade dos trabalhadores em fechar o Museu Nacional da República. A obra “Orixás”, de Djanira Motta e Silva, retirada do Planalto durante o governo passado, está na itinerância em Belém.

Prédio originalmente projetado pelo arquiteto italiano Antonio Landi, no século XVIII, a Casa das 11 Janelas, onde fica o Museu de Arte Contemporânea, tem significado especial. Ali funcionou um quartel onde foram presos artistas e intelectuais na época da ditadura militar. Compõe o Complexo Feliz Lusitânia, com o Forte do Presépio – onde o povo Tupinambá, liderado pelo tuxaua Guaimiaba, se levantou em 7 de janeiro de 1619 para retomada do território sagrado de Maery Tupã’mbae e foi massacrado pelos portugueses, foi quartel dos insurgentes durante cinco anos da Cabanagem (1835-1840) e em cujo Museu do Encontro estão os vestígios arquitetônicos de vários períodos da fortaleza, além de objetos de cerâmica tapajônica e marajoara -; a praça Dom Frei Caetano Brandão, a Igreja de Santo Alexandre (Museu de Arte Sacra), a Catedral Metropolitana de Belém e a Ladeira do Castelo, à beira da baía do Guajará.

Artistas da Amazônia incluídos na Exposição Brasil Futuro:
Antonieta dos Santos Feio, Armando Sobral, Arthur Leandro, Alexandre Sequeira, Bonikta, Éder Oliveira, Edivânia Câmara Iyatunde, Emmanuel Nassar, Glenda Beatriz, Guy Veloso, Luiz Braga, Luciana Magno, Manoel Pastana, Nay Jinknss, Oswaldo Goeldi, PV Dias, Paulo Amorim, Rafael Bqueer, Roberta Carvalho e Ruy Meira, todos do Pará; Elisclesio Makuxi, Gustavo Caboco e Jaider Esbell (RR), Keila Sankofa (MA) e Denilson Baniwa (AM).

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