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Teve início nesta quinta-feira, 2 de outubro, no Hotel Beira Rio, a I Cúpula de Jovens Líderes da Amazônia Legal, que se estenderá até o dia 6 de outubro. O encontro reúne 27 representantes vindos dos nove estados da região amazônica, a poucos meses da COP30, e se estenderá até o dia 6 de outubro, de 9h às 18h.

Organizada pelo Instituto Cojovem (Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável), a iniciativa tem como meta garantir que jovens amazônidas assumam papel central na formulação de propostas e políticas públicas. Durante cinco dias, os participantes se dividirão em painéis, oficinas e plenárias que irão resultar em três produtos finais: a Agenda Comum de Políticas Públicas, Projetos e Programas para as Juventudes Brasileiras, a Declaração Unificada dos Jovens Líderes da Amazônia Legal e uma série de Policy Briefs com recomendações técnicas voltadas a negociadores do governo brasileiro.

Para a diretora-executiva da Cojovem, Karla Braga, o encontro é um passo concreto para colocar a juventude no centro das decisões sobre a Amazônia. “Estamos construindo uma agenda voltada para a juventude amazônida nos eixos da transição justa, mitigação climática e cultura. Queremos fortalecer as bases para que os tomadores de decisão mudem suas formas de desenvolver a Amazônia, envolvendo os jovens que são os mais impactados pela crise climática ao longo do tempo”, afirmou.

A diversidade cultural e a representatividade dos territórios marcaram a abertura. Tel Guajara, liderança indígena do Maranhão, de 25 anos, destacou o sentimento de pertencimento proporcionado pela iniciativa: “essa é uma oportunidade coletiva de trocar vivências e construir caminhos em conjunto. A juventude amazônica enfrenta muitas adversidades, e espaços como esse garantem não só voz e protagonismo, mas também direitos e presença em locais de onde normalmente estamos distantes”.

Já o coordenador de Advocacy da Cojovem, Aldrin Barros, definiu a Cúpula como histórica: “durante uma semana de imersão, os jovens construirão diretrizes para projetos e programas voltados à juventude nos estados amazônicos. Essas diretrizes visam orientar e promover a efetividade das políticas públicas na região”.

Os debates em curso tratam de temas como o financiamento de cadeias produtivas sustentáveis, o papel das tecnologias e da inovação, e a intersecção entre justiça social e justiça climática. Cada jornada culmina em plenária, na qual os jovens consolidam propostas que irão compor os documentos finais entregues a autoridades nacionais e internacionais.

A expectativa é que as resoluções elaboradas no encontro embasem o posicionamento oficial das juventudes amazônicas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro.

Fundada em 2020, a Cojovem atua na defesa dos direitos socioambientais da juventude amazônida, com ênfase em advocacy, formação e pesquisa para fortalecer territórios resilientes e sustentáveis. Nos últimos anos, a organização marcou presença em negociações internacionais relevantes, incluindo as três últimas COPs do Clima (realizadas no Egito, Emirados Árabes e Azerbaijão), além da Conferência de Bonn, na Alemanha, da COP da Biodiversidade na Colômbia e da Conferência Climática Regional de Juventudes Latino-Americanas, em 2024, em Belém.

Naquele mesmo ano, a instituição realizou na capital parauara a Cúpula de Jovens Líderes do Pará, evento preparatório para a COP30 que contou com delegações estrangeiras e lideranças juvenis brasileiras em torno de pautas como combate à fome, mudanças climáticas e reforma da governança global.

Confira a programação completa:

Imagens: Agência Jambo/Cojovem

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

“Um rio não existe sozinho” no MPEG

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