Publicado em: 6 de novembro de 2014

FOTO: IONALDO RODRIGUES
A Casa da Linguagem está promovendo durante esta semana uma programação excelente, que integra o projeto “Viação Curro Velho – da beira ao Centro da cidade“, homenagem aos 400 anos de Belém promovida pela Fundação Curro Velho. Hoje, às 17h, Dalcídio Jurandir, Bruno de Menezes e Eneida de Moraes darão o tom no debate “Belém na literatura: a cidade como personagem e metáfora”, dirigido pelo professor doutor Paulo Nunes, autor da trilogia de poemas sobre Belém “Banho de Chuva, O mosquito q’engoliu o boi e Baú de Bem-querer”, que leciona literatura amazônica e é pesquisador do projeto “Belém da Memória: a cidade e o olhar da literatura”. Paulo Nunes vai apresentar a cidade como inspiração, temática de sua pesquisa sobre negritude e literatura, promovendo o diálogo no campo da literatura urbano-poética. Vejam o seu ponto de vista: “Para mim, Belém é um texto que deve ser lido, poética ou criticamente, através de autores que a tematizam em seus textos, a exemplo de escritores que montaram obras como ‘Altar em Chamas’, de Paes Loureiro, ou ‘Ver-o-Peso’, de Max Martins. Quero mostrar que é possível ‘re-amar’ a cidade percebendo a importância que ela tem para a literatura brasileira modernista”. “Quero descortinar textos que evidenciam nossa cidade como uma ‘quatrocentona’ sedutora. Penso que a literatura pode mudar a forma como as pessoas veem a cidade, afinal a literatura tem uma função social”.
A doutora em História Social e mestre em Antropologia, Ivone Almeida, vai debater “A multicultural Belém a caminho dos 400 anos”, abordando as diferentes manifestações culturais que caracterizam a cidade.
A programação do ciclo de palestras “Belém 400 anos: a cidade como um texto aberto” chega ao fim com a “Bembelém – Cidade agora deslendada”, do blogueiro Fernando Jares, amanhã, 7, também às 17h. Criador do blog “Pelas Ruas de Belém”, o jornalista espera que o transcurso dos 400 anos de fundação da cidade seja uma chance de fortalecer o bem-querer à capital parauara. Embasada em escritores como Manuel Bandeira, João de Jesus Paes Loureiro, Zuenir Ventura e Mário de Andrade, sua palestra faz uma leitura do turismo e da gastronomia na cidade. “O belenense precisa amar mais suas raízes. Uma cidade bem-amada pelos seus habitantes é uma cidade facilmente amável pelos visitantes, que pode transformar o turismo em possibilidade de melhor qualidade de vida para milhares de pessoas. Ao explorar recursos culturais valiosos e facilmente assimiláveis em outras terras, por outras gentes, como a gastronomia e a música popular, Belém deixa de lado velhas lendas, desde o ‘Adeus Belém do Pará’, de Dorival Caymmi, que imperou no século passado. Também vamos falar do turismo como alternativa de desenvolvimento econômico e suas consequências: Círio em um dia ou o ano inteiro?”.
Após a palestra de Fernando Jares haverá uma roda poética , misturando música, teatro e poesia, intitulada “Belém verso e melodia”, com Andréa Pinheiro, Arthur Espíndola, Allan Carvalho, Walcyr Monteiro, Fernando Pessoa, Juracy Siqueira, Ziza Padilha e Luiz Girard.
O ator e cantor Luiz Girard abre o sarau com leituras dramatizadas do poema “Similitudes e Pórticos”, do poeta paraense Antônio Tavernard. Já o compositor Allan Carvalho irá apresentar seu trabalho de pesquisa sobre Ari Lobo e Vavá da Matinha, sintetizado em duas músicas voltadas para Belém, produzidas na década de 50.
A semana “Belém 400 anos” é gratuita e espera universitários, alunos do ensino médio e o público em geral que tenha curiosidade em conhecer mais sobre a história da cidade. As rodas literárias são na Casa da Linguagem, na Av. Nazaré, 31, esquina com Av. Assis de Vasconcelos. Não percam.
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