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Os conflitos entre o MST e a Agropecuária Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, dono de milhões de hectares de terras cuja legalidade é questionada judicialmente, são a ponta do iceberg da gravíssima questão fundiária no Pará. Não é possível que, no limiar de 2010, o Estado continue refém de grileiros latifundiários e invasores sem terra, que já produziram tantas ações de triste memória, com o assasinato anunciado de uma lista de marcados para morrer e o surgimento do justiceiro Quintino, cuja morte teve circunstâncias jamais esclarecidas oficialmente.
Muito dinheiro e poder está em jogo. E nada é o que parece à primeira vista. Lembram dos jornalistas que em abril deste ano se disseram reféns e escudos humanos e depois admitiram que a coisa não era bem assim?
De perguntar-se, com insistência: por que o Judiciário até agora não cancelou sequer um dos títulos de terras declaradamente irregulares, que perfazem o escandaloso total de 500 mil hectares do território parense, incluindo até terras indígenas?
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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