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O
caso da secretária de Finanças de Belém, Suely Azevedo, que não paga IPTU e não
recebe intimação para cumprimento de ordem judicial para que pague sob pena de
penhora de bens, já alcançou repercussão nacional. Está na Exame
e nos principais jornais do País. Apesar de ter sido o autor da denúncia, o
jornalista Carlos Mendes, correspondente da Agência Estado, não foi convidado
para uma entrevista coletiva que o prefeito Zenaldo Coutinho convocou hoje para
tratar do assunto. Nem esta que vos escreve, que pelo jeito será ignorada pelo
novo gestor. Mas não pelos munícipes, é bom lembrar. Reproduzo o comentário de
Carlos Mendes:
Não fui avisado da entrevista coletiva que o
prefeito Zenaldo Coutinho daria para explicar o inusitado caso da nova
secretária de Finanças do município, Sueli Azevedo, que se recusa a pagar o
próprio IPTU que agora ela vai cobrar dos mais de 350 mil donos e ocupantes de
imóveis. É tão estranho quanto engraçado que justamente o jornalista que
denunciou o fato tenha ficado de fora da entrevista. Se tivesse sido avisado,
certamente lá estaria. E teria várias perguntas a fazer ao prefeito. 
Recuso-me a
acreditar que a omissão em me convidar tenha sido proposital. Se foi, pior para
o autor da ideia. Perdeu-se uma boa oportunidade de passar o caso a limpo,
esclarecendo dúvidas. Parece, contudo, que a intenção ao chamar toda a
imprensa, m
enos o autor da matéria, era
nada esclarecer e até evitar a formulação de perguntas que não seriam
respondidas. Em coletivas, entrevistados raramente respondem com clareza o que
se pergunta. Se isso ocorreu, então foi muito bom não terem me convidado. Eu
provocaria um outro enredo, para não morrer de tédio· 
Quando mandei
a matéria para o Estadão, meus editores em São Paulo, inicialmente, se
recusaram a acreditar no que leram. Perguntaram por duas vezes se isso era
mesmo verdadeiro. Ao receber a confirmação, deram risadas. “Que coisa absurda”,
disse um deles. Outro, logo emendou: “e o prefeito aí de Belém, sabia que a
secretária dele não paga o IPTU, mesmo processada?”. 
Não pude
responder porque, sinceramente, não sei se o Zenaldo sabia do fato. Se soube e
nada fez, cometeu um grave erro. Se não soube, poderia corrigir o erro da
indicação, anunciando a demissão da indicada. “Isto vai virar piada nacional”,
tascou o editor. É, ele tinha razão. Somente na noite desta segunda-feira
recebi 14 ligações telefônicas de vários estados. Jornalistas queriam saber mais
detalhes do caso. Uma rádio de Belo Horizonte e outra de Porto Alegre colocaram
no ar o que falei.
Entre risos e
ironias, a maioria disse que Zenaldo deveria ter consultado uma bola de cristal
antes de nomear alguns de seus secretários. Um jornalista perguntou-me se o
prefeito iria demitir a secretária de Finanças. “E eu lá sei, não sou o
prefeito”, respondi. E ele, na bucha: “se o prefeito não demitir estará pedindo
para o contribuinte do IPTU em Belém dar o calote”. Tive que concordar. 
É, meus
amigos: Belém, lamentavelmente, virou piada nacional. E não fui eu quem a
criei. Apenas a reproduzi. Em forma de jornalismo.”
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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