Publicado em: 12 de outubro de 2025
Maria viveu na Galileia do fim do século I a.C., início do século I d.C., sem imaginar que experimentaria a maior dor das sete dores que enfrentou no decorrer da vida: a da execução pública de seu Filho.
Essa história começou quando recebeu a maior designação de toda a história da humanidade: a de nascer de si o Messias, Filho de Deus, como descreve na Bíblia o apóstolo (Lucas 1:26-38).
Nunca imaginou que seu próprio Filho partiria sob condições terríveis, depois de perseguido pelos rabinos de Caifás, humilhado no Sinédrio, torturado e executado pelos romanos.
Depois disso Maria foi levada por João Evangelista para a Turquia, região da Anatólia, pois não havia como permanecer naquele ambiente hostil de Herodes Antipas e Pôncio Pilatos. Na própria descida imediata do Monte Calvário, os apóstolos decidiram livrar Maria da selvageria que condenou seu Filho à morte.
A Turquia era caminho de subida, ocupando toda a península do extremo ocidente da Ásia, estendida pela Trácia Oriental (também conhecida como Rumélia), no sudeste da Europa. Éfeso foi o local adequado, longe de pessoas que proporcionaram tanto sofrimento a família de Davi (Marcos 12.35 -37), da qual descendiam José e Maria. Nessa região, Maria exerceu outros desígnios divinos.
Conto essa história pessoal baseada em acontecimentos bíblicos, para homenagear a devoção dos paraenses à Virgem de Nazaré neste domingo em que me encontro em Londres, santidade na qual reverencio todas as mães de nossa terra, especialmente a minha, Rosita, que, enquanto viva, erguia suas mãos santas com tanto amor para louvar os amores tantos de outra Santa que passava.
O Círio se confunde entre tradição e fé envolvendo homenagem do povo paraense à Mãe de Jesus, com ações marcantes contadas por escritores e registradores ao longo de toda a sua existência.
A fé representa confiança, credibilidade e esperança em algo que pode ou não ser plenamente comprovado, dependendo de seu campo e objeto de atuação.
A filosofia a trata como disposição interior que vai além da razão. O filósofo Kierkegaard, observava a fé como uma decisão de acreditar mesmo diante da dúvida. A psicologia afirma que seria a confiança em si mesmo, em situações, nas pessoas e na vida e a religião nos diz que a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem (Hebreus 11:1).
Penso que a fé não é a ausência de dúvida, mas a escolha de acreditar apesar dela.
Os seres humanos se dedicam à crença em alguma coisa desde que vieram ao mundo, isso faz parte do universo humano, cheio de percalços, erros, defeitos e temores. Das cavernas aos maiores cultos, a fé é um elemento primordial da existência humana por representar um comportamento positivo num mundo cheio de negatividade.
A tradição é uma autenticação, a fé uma positividade particular e Maria é a representação de todas as mães do universo, onde tudo se inicia, da mãe terra que pariu a vida neste planeta, à mãe humana que pariu os seres que dão continuidade à espécie, e àquela que gerou Jesus Cristo para redenção dos nossos defeitos e aprendizados que tanto esquecemos.
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