Publicado em: 24 de julho de 2012
O Ministério Público e
os advogados de acusação vão recorrer da decisão do juiz Raimundo Moisés Alves
Flexa, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, que desclassificou o crime de
homicídio qualificado para homicídio culposo, referente ao processo criminal
contra os médicos Alexandre Valente Calandrini de Azevedo, Simone Valéria
Bentes Chaves e Arlen Jones Cardoso Tavares, declinando o julgamento do feito para
uma das Varas do Juízo Singular.
os advogados de acusação vão recorrer da decisão do juiz Raimundo Moisés Alves
Flexa, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, que desclassificou o crime de
homicídio qualificado para homicídio culposo, referente ao processo criminal
contra os médicos Alexandre Valente Calandrini de Azevedo, Simone Valéria
Bentes Chaves e Arlen Jones Cardoso Tavares, declinando o julgamento do feito para
uma das Varas do Juízo Singular.
Conforme a denúncia
do MP, Alexandre Calandrini foi
consultado por Roberta Pires Teixeira de Miranda, que pretendia corrigir cicatriz
de cirurgia bariátrica e deformidade nas mamas e abdômen, ocasionada pela perda
de 44 Kg. Indicou lipoaspiração, mamoplastia e correção
queloidiana.
Seis meses depois, no dia
14/06/2006, às 8h:30h, Roberta foi internada no Hospital Saúde da Criança e às
10:30 h levada à sala de cirurgia. A lipo e a correção das cicatrizes foram realizadas
por Calandrini, as próteses de silicone colocadas por Arlen Jones Tavares e a anestesia ficou sob a responsabilidade Simone Chaves.
Às 16h30min, a paciente saiu do
bloco cirúrgico para o quarto, queixando-se de dores, frio e falta de ar,
momento em que detectaram que o sangue em transfusão não era o de uma das
bolsas que havia sido reservada: na plaqueta de identificação constava o nome
de outra pessoa e o tipo sanguíneo era incompatível com o de Roberta, que era O
+, enquanto que o aplicado era O negativo.
Os familiares chamaram os médicos,
mas só por volta das 17:40 h Calandrini chegou ao quarto, quando a transfusão
já havia sido interrompida pela enfermeira. Arlen Jones nem apareceu. A anestesista
consultou o hematologista João Carlos Saraiva sobre qual procedimento deveria
adotar e, por telefone, recomendou à enfermeira que se abstivesse de qualquer
procedimento enquanto não chegasse ao hospital, o que ocorreu depois de uma
hora e 40 minutos. Aplicou soro fisiológico em Roberta e foi acompanhar outra
cirurgia.
O quadro da paciente se agravou e,
por volta das 20:30h, foi acionado o médico Igor Lopes, que constatou a saúde comprometida,
passando ao atendimento emergencial. Roberta teve parada cardiorrespiratória, foi
entubada e transferida para a UTI do Hospital Saúde da Mulher, porque no
hospital em que estava não havia vaga nem condições de ser prestado atendimento
emergencial.
por volta das 20:30h, foi acionado o médico Igor Lopes, que constatou a saúde comprometida,
passando ao atendimento emergencial. Roberta teve parada cardiorrespiratória, foi
entubada e transferida para a UTI do Hospital Saúde da Mulher, porque no
hospital em que estava não havia vaga nem condições de ser prestado atendimento
emergencial.
Na UTI móvel da Unimed ela
entrou em coma, evoluindo para a morte cerebral e óbito, às 7:50 h do dia
15/06/2006.
O MP afirma que a autoria está
confirmada e o caso é de dolo eventual, porquanto os denunciados, com suas
ações e omissões, assumiram conscientemente o risco de produzir o resultado
morte.
O caso merece profunda reflexão acerca da ética médica e os cuidados que devemos ter ao escolher um cirurgião. De forma alguma é recomendável fazer várias intervenções cirúrgicas de uma só vez. A ânsia estética jamais deve se sobrepor ao zelo com a saúde.
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